As declarações do ayatollah Ali Khamenei fazem parte de um comunicado com sete páginas lido hoje na íntegra na televisão estatal iraniana.
A tensão entre o Irão e os Estados Unidos tem vindo a subir desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu o ano passado retirar o país do acordo internacional com Teerão sobre o nuclear de 2015 e restabelecer sanções ao país.
"Sobre os Estados Unidos, a resolução de quaisquer problemas não é imaginável e negociações com eles não trarão nada além de danos materiais e espirituais", disse Khamenei.
A conferência na Polónia foi anunciada a 11 de janeiro pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, que definiu como objetivo do encontro promover a estabilidade no Médio Oriente, centrada na influência do Irão.
Teerão reagiu dois dias depois, convocando o encarregado de negócios da Polónia em Teerão para expressar o seu protesto contra a realização da conferência em Varsóvia.
"É um movimento hostil dos Estados Unidos contra a República Islâmica e espera-se que a Polónia se abstenha de colaborar com os Estados Unidos", avisou o ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano em comunicado.
Representantes de 60 países estarão presentes na reunião, segundo a diplomacia polaca, incluindo dez Estados do Médio Oriente e todos os membros da União Europeia (UE). A Rússia, a Autoridade Nacional Palestiniana e o Líbano recusaram participar.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, considerou hoje que a conferência de Varsóvia é um "nado morto".
"Trata-se de uma nova tentativa dos Estados Unidos para continuar com a sua obsessão pelo Irão, que é infundada", declarou Zarif numa conferência de imprensa em Teerão.