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Partido ORA acusa direita de plano para ingerência na Venezuela

O presidente do partido ORA, Organização Renovadora Autêntica, apoiante do regime de Maduro, acredita que a ajuda humanitária não passa de um "plano da direita para a ingerência na Venezuela".

Partido ORA acusa direita de plano para ingerência na Venezuela
Notícias ao Minuto

06:43 - 09/02/19 por Lusa

Mundo Crise

Luis Reyes vê nas intervenções internacionais em Estados como a Síria, a Líbia ou o Iraque exemplos de ingerência internacional que começaram com ajudas humanitárias. Por isso, defende que a Venezuela, um país rico, não precisa de ajuda nenhuma.

"O que é que são esses países hoje? Um cemitério de cadáveres", afirma o presidente daquele pequeno partido apoiante do regime de Nicolás Maduro.

Para aquele dirigente partidário, que sexta-feira esteve com um grupo de militantes equipados de 't-shirts' e cartazes de apoio a Maduro na praça Bolívar, onde centenas de pessoas assinavam pela campanha "Eu Assino pela paz", a responsabilidade da miséria nesses países do médio oriente é dos países invasores.

"Agora pretendem com essa dita ajuda humanitária intervir na nossa pátria. O que nós dizemos é que o nosso povo, um dos países mais ricos do mundo, onde existe a maior reserva de petróleo do mundo, 300 mil milhões de barris de petróleo, temos ouro, água, ferro, aço, 'coltan'. Que ajuda humanitária pode precisar o povo da Venezuela?", conclui o presidente do ORA.

Segundo Reyes, há cinco anos que há uma guerra económica na Venezuela, com sanções financeiras que "não permitem que o país compre medicamentos e alimentos que precisa".

"Não precisamos de ajuda humanitária. Quem precisa de ajuda? Porque não ajudam os nossos amigos do Haiti?", questiona o político 'chavista'.

O propósito dos países que propõem ajuda internacional é, diz Luis Reyes, "para desestabilizar o governo revolucionário e provocar uma invasão pelo petróleo, pelo ouro, o 'coltan' e os diamantes".

O dirigente partidário defende que "o apelo do povo da Venezuela é pela paz, que não caia na violência, porque este é um governo de paz".

"Maduro é um paladino da paz e não vamos permitir a nenhum governo do mundo ouse destruir a paz da nossa nação", diz.

Sobre Trump, questiona: "Quem é que lhe deu o mandato de polícia do mundo?"

Chegar a domingo com 10 milhões de assinaturas é o objetivo.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

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