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Médicos Sem Fronteiras consternada com conclusões sobre ataque no Iémen

A Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu hoje que sejam revistas as conclusões de uma investigação a um bombardeamento em junho contra instalações médicas no Iémen onde se encontrava uma equipa da organização, com as quais se mostrou consternada.

Médicos Sem Fronteiras consternada com conclusões sobre ataque no Iémen
Notícias ao Minuto

15:50 - 06/02/19 por Lusa

Mundo MSF

A investigação ao bombardeamento de um centro de tratamento da cólera em Abs, a 11 de junho do ano passado, foi realizada por uma equipa designada pela coligação internacional liderada pela Arábia Saudita que apoia militarmente o Governo iemenita na luta contra os rebeldes e que realizou o ataque aéreo.

Num comunicado, a organização de emergência médica refere que aquela equipa deu uma conferência de imprensa a 16 de janeiro na qual "fez várias afirmações inaceitáveis e contraditórias que retratam a MSF como responsável em vez de vítima do atentado".

Assim, a organização "exige que os resultados da investigação sejam revistos e que as falsas alegações contra a MSF sejam retiradas".

Segundo a Médicos Sem Fronteiras, o relatório reconhece que a coligação "foi parcialmente responsável pelo bombardeamento", mas alega que a organização "não tomou as medidas apropriadas para impedir" o ataque, sinalizando as instalações ou pedindo que as instalações fizessem parte da lista de locais que não podem ser bombardeados.

"Na verdade, o complexo onde o CTC (centro de tratamento da cólera) se encontra tinha três logótipos distintivos e a MSF tinha partilhado a sua localização pelo menos 12 vezes por escrito com as autoridades da coligação", afirma a organização de emergência médica.

A diretora de operações da MSF, Teresa Sancristoval, indica, por outro lado, que as instalações médicas são protegidas de acordo com a lei internacional humanitária, mesmo que não estejam identificadas e a sua localização não tenha sido partilhada com as partes em conflito.

"É responsabilidade exclusiva das partes armados no conflito proativamente tomarem as medidas para garantir que as instalações protegidas não são atacadas (...). A obrigação não pode ser dos civis ou do pessoal médico", assinala, citada no comunicado.

A MSF refere ainda que embora o ataque não tenha matado pessoal médico ou doentes, os danos causados no centro impediram-no de funcionar e prestar apoio a uma população de mais de um milhão de pessoas.

A organização assinala ainda que instalações da MSF já foram cinco vezes alvo de ataques aéreos da coligação.

A guerra no Iémen desencadeada em 2014 já causou dezenas de milhares de mortos e uma das maiores crises humanitárias do mundo, segundo a ONU.

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