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Ministério Público sul-africano retira acusações contra filho de Zuma

O Ministério Público sul-africano deverá retirar provisoriamente as acusações de corrupção contra Duduzane Zuma, filho do ex-Presidente Jacob Zuma, numa audiência de um tribunal especializado em Joanesburgo, prevista para esta quinta-feira, noticia hoje a imprensa local.

Ministério Público sul-africano retira acusações contra filho de Zuma
Notícias ao Minuto

15:57 - 23/01/19 por Lusa

Mundo Duduzane Zuma

De acordo com o jornal sul-africano 'Business Day', o Ministério Público (National Prosecuting Authority - NPA) do país terá já enviado uma notificação aos advogados de Duduzane Zuma, informando-os da decisão de retirada provisória das acusações.

Os advogados do filho de Jacob Zuma declinaram fazer quaisquer comentários até que este incidente processual seja formalizado pelo tribunal na audiência prevista para esta quinta-feira. De igual modo, também a assessoria de imprensa do NPA indicou ao Business Day que apenas fará eventuais comentários após a audiência.

As razões que terão levado o NPA a retirar as acusações não são conhecidas, mas, avança a mesma publicação, estão em linha com a decisão do Ministério Público em novembro último de retirar - também provisoriamente - as acusações contra os membros da família Gupta e associados, num processo de desvio de dinheiros públicos num projeto agrícola - o Estina Dairy Project.

A família Gupta, constituída por três irmãos empresários indianos, instalou-se na África do Sul em 1993 e é acusada de ter aproveitado a sua proximidade com Jacob Zuma para se infiltrar no aparelho de Estado e obter lucrativos contratos e benefícios. Os três irmãos estão no centro dos processos de corrupção e desvio de capitais públicos que contribuíram para a demissão de Jacob Zuma em fevereiro do ano passado.

Duduzane Zuma foi acusado em julho de 2018 de corrupção num caso relacionado com uma alegada tentativa de suborno de 600 milhões de rands (38 milhões de euros) oferecidos a um vice-ministro das Finanças, Mcebisi Jonas, em 2015, por um dos irmãos Gupta, na presença do filho de Jacob Zuma.

De acordo com a acusação, Duduzane Zuma, 35 anos, terá alegadamente atuado em 2015 como intermediário na tentativa de subornar Jonas, para que "trabalhasse" com Ajay Gupta, o irmão mais velho da família.

Jonas disse que a família Gupta lhe tinha oferecido o dinheiro para "controlar" o ministério.

A Direção de Investigação de Crimes Prioritários da polícia sul-africana, conhecida por "Hawks" (falcões), obteve gravações de câmaras de segurança nas quais se vê o então vice-ministro e o filho de Zuma reunidos num luxuoso hotel, deslocando-se depois para a mansão dos Gupta.

Numa entrevista à BBC britânica, citada pelo jornal de notícias sul-africano News24, Duduzane Zuma admitiu ter-se encontrado com Jonas mas negou que tivesse havido uma tentativa de suborno.

O filho de Jacob Zuma está envolvido num outro processo judicial, no qual é acusado do homicídio involuntário de um passageiro de um "minibus" contra o qual embateu com o seu carro em 2014.

Jacob Zuma, obrigado a renunciar ao cargo de Presidente pelo partido Congresso Nacional Africano (ANC) em fevereiro do ano passado por causa da ligação a vários casos de corrupção, também já compareceu por diversas vezes em tribunal e tem a próxima audiência marcada para maio deste ano.

O antigo Presidente sul-africano (2009-2018) é acusado de 16 crimes, nomeadamente de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude.

O sucessor de Jacob Zuma à frente do ANC e do país, Cyril Ramaphosa, fez da luta contra a corrupção uma prioridade.

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