Resultado de eleições na Andaluzia mantém pressão para eleições
A agência de classificação de risco de crédito Fitch considerou hoje que o resultado do PSOE nas recentes eleições na Andaluzia, Espanha, "mantém a pressão" no sentido da antecipação de eleições gerais no país.
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Mundo Fitch
Para aquela agência de notação norte-americana, a perda de força dos socialistas, apesar de continuarem a ser os mais votados, torna "mais difícil para o Governo aprovar legislação, nomeadamente o Orçamento para 2019, e mantém a pressão para eleições antecipadas".
Por outro lado, o aparecimento do partido de extrema-direita Vox, com 11% dos votos, "iria aumentar a fragmentação política", no caso de a votação ser replicada a nível nacional.
Nas eleições na Comunidade Autónoma da Andaluzia realizadas a 02 de dezembro, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) foi o partido mais votado com 27,95% dos votos, menos sete pontos percentuais do que em 2015, mas arrisca-se a perder o Governo regional, depois de 36 anos no poder.
O total dos partidos de centro-direita consegue obter a maioria absoluta dos lugares no parlamento regional, nomeadamente com chegada do Vox, de extrema-direita, que passou de 0,46% (2015) para 10,97%.
A Fitch considera que o maior desafio a curto prazo é que o Governo central consiga o apoio do parlamento na aprovação do Orçamento para 2019 e que, no caso de isso não ser possível, a autoridade do executivo será "enfraquecida" e "haverá um aumento da pressão" para eleições antecipadas.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, admitiu em finais de novembro a possibilidade de convocar eleições antecipadas caso o Orçamento para 2019 não seja aprovado.
"Se não conseguirmos aprovar o orçamento, a minha vontade de chegar ao fim da legislatura será posta em causa", disse na altura Pedro Sánchez.
Até agora, Sánchez assegurava que iria levar a legislatura até ao fim, meados de 2020, mesmo que tivesse de prorrogar as atuais contas do Estado, da responsabilidade do Governo anterior, do Partido Popular (direita).
Pedro Sánchez tornou-se primeiro-ministro em 02 de junho de 2018, depois de o PSOE -- com apenas 84 deputados num total de 350 - ter conseguido aprovar no parlamento, na véspera, uma moção de censura contra o executivo do Partido Popular (direita) com o apoio do Unidos Podemos (coligação de extrema-esquerda) e uma série de partidos mais pequenos, entre eles os nacionalistas bascos e os independentistas catalães.
Os partidos independentistas catalães já anunciaram que não irão apoiar as contas do Estado para 2019, retirando aos socialistas a possibilidade de reunir a maioria absoluta necessária à sua aprovação.
Pedro Sánchez afirmou no início de dezembro que iria mesmo assim apresentar em janeiro próximo a proposta de Orçamento para 2019.
A oposição de direita insiste na necessidade de eleições antecipadas e mesmo o principal apoio parlamentar do PSOE, o Unidos Podemos, defende que, se o Orçamento não for aprovado, deveria haver eleições antecipadas.
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