Violência Doméstica: "Levou-me para o bosque e cortou-me as mãos"
Casos de violência doméstica na Rússia aumentaram desde que só é considerada crime se houver reincidência.
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Mundo Rússia
Esta é apenas uma das várias histórias de violência doméstica a que se assiste na Rússia.
Margarita Gracheva é a protagonista de uma violenta experiência vivida em dezembro de 2017 e que é recordada agora pela BBC.
Depois de deixar os filhos na creche, Dmitry levou a mulher Margarita para um bosque nos arredores de Moscovo. Aí, atou as mãos da mulher e cortou-as com um machado.
"Ele levou-me para um bosque, um lugar isolado. E gritou: coloca as tuas mãos na árvore. Eu chorei, gritei, implorei para ele não me magoar. Disse-me para eu não olhar, e começou a cortar as minhas mãos", recorda Margarita, de 26 anos.
Depois disso, Dmitry levou aquela que é agora sua ex-mulher ao hospital, onde entregou uma caixa com uma das suas mãos e depois se entregou à polícia.
Antes de o crime acontecer, Margarita já tinha sido ameaçada pelo marido, que suspeitava que esta o pudesse estar a trair. Assustada, apresentou queixa na polícia, na esperança de que estes fossem a sua casa. Mas não foi isso aconteceu. A polícia menosprezou a queixa, dizendo a Margaretia para não se preocupar que estes fariam as pazes e tudo ficaria bem.
O caso desta mulher mostra, segundo a BBC, as consequências de uma menor preocupação no país para com as leis de violência contra as mulheres do código penal e que se têm traduzido no aumento de casos de violência doméstica.
Segundo a nova legislação, as agressões que causam dor física, mas não lesões, e deixam hematomas, arranhões e ferimentos superficiais nas mulheres ou crianças não são consideradas crime. As agressões só se tornam num processo criminal caso haja reincidência - e isso só acontece se a vítima conseguir provar que foi agredida mais do que uma vez.
Dmitriv foi condenado, na semana passada, a 14 anos de prisão.
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