Ex-líder de milícia da RCA vai ser julgado por Tribunal Internacional
Um antigo líder de uma milícia da República Centro-Africana (RCA) foi extraditado e vai ser julgado no Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda, para reforçar "a causa de justiça", informou hoje uma procuradora deste tribunal.
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Mundo Holanda
"A entrega deste suspeito [Alfred Yekatom] é um avanço na causa de justiça da República Centro-Africana", afirmou a procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI) Fatou Bensouda, citada pela agência France-Presse.
Alfred Yekatom, antigo líder de uma milícia, vai ser julgado "por ser, alegadamente, responsável por crimes de guerra e contra a humanidade", cometidos entre dezembro de 2013 e agosto de 2014, informou o TPI.
É a primeira extradição desde o início da investigação à República Centro-Africana, em setembro de 2014.
"O povo centro-africano sofreu e suportou crimes atrozes num dos conflitos mais violentos do século", salientou Fatou Bensouda.
A procuradora vincou também que o gabinete que coordena vai continuar a "procurar a verdade e justiça de acordo com os Estatutos de Roma [o tratado no qual foi assente o Tribunal Penal Internacional]".
O avião no qual seguiu Alfred Yekatom -- que também foi membro do exército da RCA -- deixou Bangui, a capital do país, ao início da tarde, segundo fonte do governo.
A República Centro-Africana caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por vários grupos juntos na designada Séléka (que significa coligação na língua franca local), que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-balaka.
O conflito na RCA, que tem o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados, e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.
A Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA) foi enviada para o país em 2014, com o objetivo de preservar os civis da violência.
Portugal participa na MINUSCA com uma força de 156 militares, na maioria paraquedistas, que chegou em setembro.
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