Michele Bolsonaro, a mulher do recém-eleito presidente brasileiro prefere adotar a discrição, abstendo-se da linha da frente, mas quando se trata de solidariedade é conhecida por atuar, descrevem amigos do casal ao G1. Com 27 anos a menos do que o marido, aos 36 anos, Michelle, natural de Brasília, chama a atenção por ser simples, sem usar roupas muito chamativas e por ser muito fiel à sua religião.

A nova primeira-dama está envolvida em causas de pessoas com deficiência no ministério de Surdos e Mudos da Igreja Batista Atitude, na Barra da Tijuca, que frequenta diariamente. É intérprete de libras (língua gestual para surdos brasileira) nos cultos de domingo.

Na igreja os funcionários, conta o jornal brasileiro, estão proibidos de falar sobre a mulher de Jair Bolsonaro e qualquer informação é prestada pela acessoria da instituição. Mas, antes de frequentar esta igreja, Michelle foi fiel durante vários anos à Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que tem como pastor Silas Malafaia - o mesmo que celebrou o casamento de Bolsonaro e Michelle, em 2013.

Ao referir-se a Michelle, o pastor define-a como "simples, recatada e alguém que não gosta de aparecer", acrescentando que tem muito jeito para receber convidados e que é dura com as filhas. "Tem uma beleza com simplicidade, não é espalhafatosa, nunca gostou de aparecer ou colocar a cara para fora. Nem de se exibir. Ela gosta de trabalhar nos bastidores”, conta Silas, que conhece a futura primeira-dama desde 2008, quando esta começou a frequentar a sua igreja.

O casal Bolsonaro conheceu-se em 2007, na Câmara dos Deputados em Brasília, quando Michelle era secretária parlamentar. Pouco depois, Michelle foi trabalhar com Bolsonaro. Dois meses após ter sido contratada casaram pelo civil. A cerimónia religiosa só ocorreu em 2013.

Para descrever o marido diz que este é "uma pessoa muito humana, que se preocupa com as pessoas", que "é muito brincalhão, muito natural, muito dado" e que "tem um brilho no olhar diferente". "É um ser humano maravilhoso, é o meu amor, né?", pode ser vista a dizer num vídeo feito para a campanha de Bolsonaro.

Numa das raras entrevistas que deu, Michelle comentou a candidatura do marido à presidência:  “Deve estar maluco, mas, se ele quer, vou apoiá-lo”, disse, acrescentando: “Agora, está nas mãos de Deus”. 

Questionada sobre o seu papel como futura primeira-dama deu conta de que quer fazer “todos os trabalhos sociais possíveis”. "Tenho essa proximidade com as pessoas com deficiência, os surdos, eu tive um tio surdo também. Tenho muito amor por essa comunidade. Quero fazer o melhor”, garantiu.