"Bolsonaro representa o caminho do capitalismo esclarecido"
Para o antigo estratega de Donald Trump, a vitória de Bolsonaro deve-se à utilização eficaz das redes sociais e ao combate aos media e às elites políticas. A vitória da extrema-direita, sublinha Bannon, é uma boa notícia para os mercados financeiros e poderá aproximar o Brasil e os Estados Unidos.
© Reuters
Mundo Steve Bannon
O antigo estratega de Donald Trump, Steve Bannon, afirmou que Jair Bolsonaro é um homem que representa “o caminho do capitalismo esclarecido” e considera que a vitória da extrema-direita no Brasil vai aproximar Brasília e Washington, sobretudo devido à situação vivida na Venezuela e na Argentina, a primeira a enfrentar uma profunda crise económica e social, a segunda sob intervenção do FMI.
“Os EUA serão um parceiro ainda mais próximo do Brasil durante o governo Bolsonaro”, disse Bannon em entrevista à Folha de São Paulo. “Num pedaço do mundo onde há socialismo radical, crise económica e caos na Venezuela, com o FMI a mandar na Argentina, Bolsonaro representa o caminho do capitalismo esclarecido e será uma liderança populista nacionalista”.
O ex-assessor de Trump destacou o papel das redes sociais na proliferação de movimentos populistas, tecendo críticas aos media tradicionais. “Se não fosse pelo Facebook, Twitter e outras redes sociais, teria sido cem vezes mais difícil para o populismo ascender”, disse Bannon, que tenciona passar mais tempo no Brasil para acompanhar a trajetória da presidência de Bolsonaro.
Para Bannon, líder de um movimento populista que está a crescer em vários países, à semelhança de Donald Trump, Viktor Orban ou Matteo Salvini, Bolsonaro “enfrenta os media” e “representa patriotismo e liderança”. O antigo capitão, afirma Bannon, ascendeu de forma “extraordinária”, atacando a classe política “corrupta e incompetente”.
A vitória de Bolsonaro, continua Steve Bannon, é uma boa notícia para os mercados, nomeadamente devido à possibilidade do economista Paulo Guedes, conhecido pelas suas posições neoliberais, chegar à pasta das finanças. “Os dois [Guedes e Bolsonaro] podem não concordar em tudo, mas vão se entender”, acredita o antigo estratega de Trump.
No domingo, Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil. Com 55% dos votos, o candidato de extrema-direita derrotou Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, que se ficou pelos 45%, deixando o Brasil mais dividido e polarizado do que nunca.
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