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Os preocupantes casos de pais mortos pelos filhos em Espanha

Imprensa espanhola faz relação de casos de parricídio, ou seja, filhos que matam os pais ou outros familiares ascendentes. Nos últimos 12 meses, foram identificados 18 casos.

Os preocupantes casos de pais mortos pelos filhos em Espanha
Notícias ao Minuto

17:52 - 22/10/18 por Notícias Ao Minuto

Mundo "Filhos Saturno"

É uma leitura assustadora, aquela que é feita esta segunda-feira pelo El País, aos casos de homicídio de pais à mãos dos filhos, em Espanha. Nos últimos 12 meses, foram identificados pela publicação 18 pais mortos pelos seus filhos, três a cada dois meses.

O criminólogo Vicente Garrido indicou ao jornal espanhol que “o normal são 10 a 15 casos, no máximo, por ano”.

Chamam-lhes “filhos Saturno em Espanha”, um paralelismo com o famoso quadro de Francisco de Goya, ‘Saturno devorando um filho’ (1819), só que ao contrário. O mote para o levantamento destes dado pelo caso de Ana Delia Arceo, que morreu em agosto de 2015 num “quadro de desnutrição crónica, anemia grave, úlceras infetadas e broncopneumonia aguda”.

Os dois filhos de Ana Delia Arceo, um homem e uma mulher, foram condenados a 17 anos de prisão por deixarem morrer de forma cruel a mãe. O cadáver da senhora foi encontrado nu, apenas com duas fraldas sobrepostas, com sinais de um grave estado de desnutrição e falta de higiene. A sentença lida em tribunal, citada pelo El País, faz um relato chocante do estado do corpo, já com larvas e até uma barata. Tinha 25 quilos de peso.

Este caso, diz Vicente Garrido, é uma anomalia estatística, não representando a globalidade dos casos do género. “É um comportamento particularmente sádico”, assevera.

A lista de “filhos Saturno” do El País começa em novembro de 2017 com Toni, um adolescente de 18 anos que matou o pai com uma facada, depois de contrair dívidas em seu nome que ascendiam a 90 mil euros. Em janeiro deste ano, Bogdan, de 27 anos de idade, matou o padrasto, Pere Antoni Serra Crespí, de 61 anos. Pere Antoni costuma confrontar Bodgan por causa das suas faltas de respeito para com a mãe, até que um dia, numa discussão, foi degolado. Bogdan atacou depois a própria mãe, com 21 facadas. Até lhe tomou o pulso para garantir que estava morta.

Em ambos os casos, dados como exemplo, os assassinos chamaram as autoridades e mentiram, pelo menos até o embuste ser descoberto. No entanto, são listados mais de um dezena de casos do género.

A Universidade de Valência analisou uma amostra de 33 filhos que mataram o seu pai ou mãe entre 2000 e 2017 e concluiu o seguinte: “As condutas parricidas podem ver-se agravadas pela ingestão ou consumo de substâncias, mas não constituem um fator determinante. O jovem costuma provir de uma família estruturada e convive com a vítima. Costuma cometer o crime na casa da família, usando arma branca”.

A professora assassinada pela filha e pelo genro no Montijo

O homicídio de Amélia Fialho foi o último caso em Portugal que encontra paralelismo com o género de crime noticiado pelo El País. Recorde-se que foi a filha da vítima, Diana Fialho, a reportar o desaparecimento da mãe, no Montijo.

As autoridades depressa desmontaram o ardil, descobrindo-se que fora Diana, conjuntamente com o companheiro, Iuri Mata, a planear e executar o matricídio. O casal usou fármacos, para a colocar “na impossibilidade de resistir, agrediu-a violentamente no crânio com um objeto contundente, colocou-a na bagageira de uma viatura e transportou-a para a zona de Pegões, onde, com recurso a um acelerante, lhe pegaram fogo”, lê-se no comunicado da PJ.

A professora de 59 anos de idade tinha uma casa arrendada na mesma zona e uma herança considerável, tendo sido este o principal motivador para o crime.

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