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Venezuela acusa México de pressionar empresas que fazem chegar alimentos

A Venezuela acusou hoje o México de pressionar e atropelar as empresas mexicanas que exportam alimentos para os venezuelanos e de pretender associar o Governo bolivariano a delitos alegadamente cometidos em território mexicano.

Venezuela acusa México de pressionar empresas que fazem chegar alimentos
Notícias ao Minuto

06:14 - 20/10/18 por Lusa

Mundo Delitos

Em causa está o anúncio feito sexta-feira pela Procuradoria Geral do México (PGM), do desmantelamento de uma rede de empresas que exportavam alimentos de baixa qualidade e com valor inflacionado ao Governo da Venezuela e que depois são revendidos à população venezuelana ainda com um custo superior.

De acordo com um comunicado do Ministério de Relações Exteriores venezuelano, trata-se de "um peculiar, estranho e atípico procedimento" no qual são feitas graves acusações contra empresários "dedicados à comercialização de alimentos, vinculados à tarefa legal de exportação desses rubros para a Venezuela".

Essas exportações têm como propósito "complementar a provisão do país, o que conforma uma poderosa proteção" aos venezuelanos que recebem esses alimentos com um subsídio de quase 100%, aponta comunicado.

Segundo Caracas "este atropelo contra empresários mexicanos" é mais uma tentativa de criar obstáculos aos esforços da Venezuela "para derrotar a guerra económica" e "iludir o brutal bloqueio económico e financeiro que os centros imperiais de poder e os seus governos satélites têm tentado impor de maneira ilegal".

"A Venezuela adverte sobre as operações lesivas do direito internacional, desenhadas com fins políticos, pelo Cartel de Lima e executadas pelo Governo de Enrique Peña Nieto (...) que recebeu a ordem de continuar uma campanha de ações unilaterais, arbitrárias e ilegais, chegando a pressionar de maneira inaceitável as empresas mexicanas para dar o aval, com este procedimento absurdo, à patranha de uma suposta crise humanitária e continuar com o expediente de infâmias contra a democracia e a nossa pátria".

"A Venezuela condena toda e qualquer ação que, direta ou indiretamente, persiga justificar o aumento de medidas unilaterais e coercivas contra a nossa economia e provocar um caos (...) sobre a base de negar o acesso dos venezuelanos a alimentos, medicamentos e bens básicos", explica.

A Procuradoria Geral do México (PGM) anunciou sexta-feira, durante uma conferência de imprensa, que foi desmantelada uma rede de empresas que exportavam alimentos de baixa qualidade e com valor inflacionado à Venezuela.

Tratam-se, segundo a PGM das caixas 'CLAP', de alimentos importados pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro e alegadamente vendidos a preços subsidiados em bairros populares da Venezuela.

Segundo o procurador Alonso Israel Lira Salas, a rede desmantelada adquiria "produtos de baixa qualidade para exportá-los para a Venezuela, com sobre-preço, através das caixas 'CLAP e revendia-os à população venezuelana a um valor 112% superior ao custo real".

Entretanto, através da rede social Twitter, Procuradoria-Geral do México explicou que foram localizados 1.300 contentores com produtos alimentares, que seriam enviados à Venezuela, tendo sido igualmente detetados operadores aparentemente "relacionados com as autoridades do Governo daquele país [Venezuela]", que recorrem "a diversos países para contactar com outras empresas e obter os alimentos".

"Os acusados farão entrega ao ACNUR [Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados] de três milhões de dólares [norte-americanos] e comprometem-se a não efetuar nenhum ato comercial com o Governo da Venezuela ou terceiros, que operem no envio e comercialização de dispensas, alimentos ou medicamentos, com motivo do programa CLAP", explica.

Segundo a procuradoria, os resultados da investigação vão ser partilhados "com as autoridades competentes a nível internacional, com o propósito de continuar na luta contra o branqueamento de capital" no âmbito dos compromissos assumidos pelo Grupo de Lima, para evitar atos ilícitos em prejuízo do povo venezuelano.

O programa CLAP foi criado em abril de 2016 pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro, para combater uma alegada guerra económica no país e assegurar a distribuição direta de alimentos, a preços subsidiados, aos venezuelanos.

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