Trump nega balanço de 3.000 mortos em Porto Rico devido ao furacão Maria
O presidente norte-americano, Donald Trump, negou hoje o balanço oficial de 3.000 mortos da passagem do furacão Maria por Porto Rico há um ano e acusou o Partido Democrata de inflacionar o número para o prejudicar.
© Reuters
Mundo Estados Unidos
"Não morreram 3.000 pessoas nos dois furacões que atingiram Porto Rico. Quando eu saí da ilha, DEPOIS da tempestade, tinham qualquer coisa entre 6 e 18 mortes. Depois, muito tempo depois, começaram a dar números muito grandes, como 3.000", escreveu Trump no Twitter.
"Isso foi feito pelos Democratas para me fazer parecer o pior possível, depois de eu conseguir angariar milhares de milhões de dólares para reconstruir Porto Rico", escreveu noutro 'tweet', sugerindo que o último balanço inclui pessoas que morreram de causas naturais, como idade avançada.
O balanço oficial de 3.000 mortos foi anunciado em finais de agosto pelo governador daquele território dos Estados Unidos.
O balanço anterior era de 64 mortos, mas um estudo independente concluiu que o número de pessoas que morreram devido ao furacão foi muito subestimado e estabeleceu o balanço em 2.975 mortos.
3000 people did not die in the two hurricanes that hit Puerto Rico. When I left the Island, AFTER the storm had hit, they had anywhere from 6 to 18 deaths. As time went by it did not go up by much. Then, a long time later, they started to report really large numbers, like 3000...
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 13, 2018
O estudo foi realizado pelo Instituto Milken de Saúde Pública da Universidade George Washington a pedido das autoridades porto-riquenhas, que o aceitaram como balanço oficial.
Os investigadores concluíram que o balanço inicial de 64 mortos apenas incluía os que foram mortos diretamente por efeitos dos furacões Irma e Maria, ou seja, os que se afogaram e foram atingidos por destroços ou derrocadas de edifícios.
O estudo da Universidade George Washington contabilizou também as pessoas que morreram nos seis meses seguintes em consequência de falta de cuidados de saúde e problemas provocados pela falta de água potável e de eletricidade.
Mais de 80% das famílias em Porto Rico não tiveram acesso à rede elétrica durante os últimos três meses de 2017, situação só totalmente resolvida já este ano.
As declarações de Trump ocorrem numa altura em que o país se prepara para a chegada do furacão Florence, que os especialistas admitem poder ser um dos furacões mais destruidores das últimas décadas na costa atlântica dos Estados Unidos.
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