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Marina recebeu pulseira negra após ataque nas Ramblas mas sobreviveu

Uma história sobre o "duro" processo de triagem em casos onde há muitas vítimas, neste caso, após o ataque terrorista em Barcelona, em agosto do ano passado.

Marina recebeu pulseira negra após ataque nas Ramblas mas sobreviveu
Notícias ao Minuto

10:42 - 14/08/18 por Notícias Ao Minuto

Mundo Barcelona

Marina (nome fictício), de 39 anos, foi apanhada pela carrinha que no dia 17 de agosto do ano passado matou 15 pessoas nas Ramblas, em Barcelona. Quando os médicos a encontraram deram-lhe pulseira negra, numa primeira triagem, por ter poucas hipóteses de sobreviver. Marina sobreviveu e a sua história é agora contada pela irmã ao jornal La Vanguardia.

Adriana, a irmã, não estava nas Ramblas quando se deu o atropelamento em massa, mas conta a história da mãe e da irmã, ambas no local do ataque e ambas feridas.

A espanhola relata, à publicação, que não teve notícias das familiares durante algum tempo, mas conseguiu falar com a sua mãe umas horas mais tarde. Nieves (nome fictício), de 66 anos, estava a caminho do hospital com algumas costelas partidas, mas viva. Só depois da meia-noite, já no dia 18, se souberam notícias de Marina (nome fictício), a irmã.

Estava no Hospital Sant Pau em estado crítico: tinha seis vértebras partidas, a pélvis fraturada em três sítios, 15 costelas partidas, uma hemorragia no fígado, dois ossos deslocados e uma ferida grave na cabeça. Enquanto a mãe tinha sido atingida pela carrinha de uma forma menos direta, Marina foi atropelada de forma violenta.

Adriana conseguiu que um carro da polícia a levasse ao hospital onde estava a irmã (toda a cidade estava interdita pela polícia), mas quando a viu não a reconheceu, tal havia sido a violência dos seus ferimentos.

O "duro" processo de triagem em casos de várias vítimas

Marina sobreviveu mas a história completa da sua provação só se viria a conhecer meses mais tarde.

Na primeira triagem feita pelos médicos do Sistema d’Emergències Mèdiques (SEM), que estavam nas Ramblas, foi dada a Marina uma pulseira negra, ou seja, poucas possibilidades de sobreviver devido à extensão dos seus ferimentos.

O sistema de triagem funciona por quatro cores – verde, amarelo, vermelho e negro -, para determinar o nível de gravidade dos ferimentos de uma vítima. “O negro não significa que a vítima está morta [embora também seja usado para o mesmo efeito], mas sim que a pessoa tem poucas hipóteses de sobreviver”, indicou ao La Vanguardia Judit Sánchez, uma médica do SEM.

Era o caso de Marina. “Respirava muito superficialmente e com muita dificuldade. E perante o número de vítimas que havia decidiu-se dar prioridade a outras que tinham mais opções”, explicou a profissional.

Isto não significa que Marina tenha ficado completamente desamparada. São sempre feitas novas avaliações. Foi precisamente numa segunda avaliação, feita por um médico no local, que lhe salvou a vida.

“Ela estava sozinha, mais ou menos tapada, afastada, dentro de uma loja de recordações na Rambla”, indicou o médico à mesma publicação, sem se identificar. O profissional de saúde viu que Marina “respirava de forma superficial” e decidiu tentar salvá-la.

“A triagem o que faz é priorizar e tentar salvar o maior número possível de vítimas, para dar oportunidade àquelas que realmente a têm, é assim duro”, afirmou Sánchez. “Entre os [feridos] mais críticos, dá-se prioridade aos que têm mais opções, está provado que é o protocolo que salva o maior número de vítimas”, concluiu.

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