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Refugiados sírios na Jordânia opõem-se ao incentivo russo de repatriação

Vários cidadãos sírios que estão refugiados na Jordânia disseram hoje que recusam regressar ao país de origem enquanto a guerra civil decorrer e a segurança dos habitantes não estiver assegurada, apesar do incentivo de repatriação da Rússia.

Refugiados sírios na Jordânia opõem-se ao incentivo russo de repatriação
Notícias ao Minuto

19:26 - 26/07/18 por Lusa

Mundo Amã

Alguns cidadãos da Síria, entrevistados pela agência Associated Press (AP) em Amã, na Jordânia, disseram que não confiam na Rússia como mediador das negociações de paz, que tem ajudado o Presidente sírio, Bashar al-Assad, a recuperar vários partes do território a combatentes que se revoltaram contra o regime.

"Como um cidadão sírio livre e honesto, considero que a Rússia, enquanto Estado, está a ocupar a Síria", disse Abdel-Nasser Abu Naboot, de 40 anos, que esteve no gabinete da agência de apoio a refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) para atualizar a informação pessoal, assim como outras dezenas de refugiados.

"A Rússia não é um negociador, bombardeou-nos", vincou.

Os comentários de Abdel-Nasser Abu Naboot juntam-se aos de outros sírios refugiados na Jordânia e no Líbano e que estão preocupados com a iniciativa russa de retornar os refugiados à Síria sem garantir condições de segurança.

O refugiado explicou que só regressará a casa, na província de Daraa, na Síria, se os objetivos "da revolução", que começou em 2011, forem alcançados, incluindo "o fim da opressão".

A ONU também manifestou preocupação sobre o regresso prematuro dos sírios sem garantias para os habitantes e antes da situação no país estar estabilizada.

O enviado especial da presidência Russa para a Síria, Alexander Lavrentiev, reconheceu hoje aos jornalistas haver preocupações, na capital libanesa, depois de uma reunião com as autoridades de Beirute e Amã.

"Há várias questões quando se lida com este problema. Mas estas questões podem ser resolvidas", disse, acrescentando que o governo sírio está disposto a garantir que não vai haver repressão ou medidas contra aqueles que realmente queiram regressar à vida civil.

Alexander Lavrentiev afirmou que "é um bom sinal" que centenas de refugiados no Líbano tenham começado a regressar à Síria, referindo que "é apenas o início".

"É como um bola de neve que desce uma montanha, ficando maior e maior a cada metro que percorre", rematou.

Mas o receio dos sírios continua a ser a possibilidade de serem detidos e encarcerados pelo regime de al-Assad.

A Rússia aumentou os esforços para encorajar os países acolhedores de refugiados, como o Líbano, Jordânia e Turquia, a repatriar os cidadãos sírios.

A iniciativa russa foi proposta depois da cimeira entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, em Helsínquia, na Finlândia, mas ainda não é concreto o apoio norte-americano.

Lavrentiev discutiu o assunto da repatriação com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Amã, Ayman Safadi.

A Jordânia acolhe 667 mil refugiados sírios registados, mas o governo afirma que o número real, incluindo refugiados sem documentação, é quase o dobro.

O governo de Amã considera que os refugiados são um fardo extra, devido à escassez de recursos naturais e economia débil do país.

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