Direitos Humanos: Rússia fala em "grosseiro cinismo" dos EUA
A Rússia considerou hoje errada a retirada dos Estados Unidos do Conselho dos Direitos Humanos da ONU (CDH), afirmando que revela um "grosseiro cinismo" e "desprezo" pelas Nações Unidas.
© Reuters
Mundo Posição
"Uma vez mais os Estados Unidos infligiram um grave golpe à sua reputação de defensores dos direitos humanos, demonstraram o seu desprezo (...) pela ONU e as suas estruturas", declarou em conferência de imprensa Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
Zakharova denunciou de seguida o "grosseiro cinismo" dos norte-americanos "que recusam obstinadamente de reconhecer a existência de graves problemas para os direitos humanos no seu próprio país", acusando-os de terem pretendido "moldar a estrutura do CDH segundo os seus interesses".
O CDH "deve estar ao serviço de todos os Estados-membros, e não de um único país", frisou a porta-voz, acrescentando que a retirada norte-americana "não foi uma surpresa" para a Rússia.
Ao acusar os Estados Unidos de "tentarem impor aos outros países do mundo uma versão particular dos americanos sobre os direitos humanos", afirmou que o CDH já "trabalhou eficazmente" sem os Estados Unidos.
Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira a sua retirada da organização com sede em Genebra, que acusam de hipocrisia e de ser tendenciosa contra Israel.
O CDH foi criado em 2006 para promover e proteger os direitos humanos pelo mundo mas os seus relatórios opuseram-se muitas vezes às prioridades norte-americanas.
Após a chegada à Casa Branca do republicano Donald Trump no início da 2017, os Estados Unidos retiraram-se da UNESCO, interromperam diversos financiamentos a organismos da ONU e anunciaram designadamente a sua retirada do acordo de Paris sobre o clima e do acordo nuclear com o Irão patrocinado pelas Nações Unidas.
A saída dos Estados Unidos do Conselho dos Direitos Humanos não é inédita. Em 2006, a administração do republicano George W. Bush já tinha boicotado o CDH, mas o seu sucessor democrata Barack Obama optou pelo regresso do país ao organismo da ONU.
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