A data limite de apresentação de candidaturas terminou hoje às 14:00 (13:00 em Lisboa), tendo-se apresentado sete candidatos, que no sábado iniciam o período de campanha eleitoral.

A 05 de julho, os 800.000 militantes do PP vão votar em eleições internas e, se o vencedor não tiver mais de 50% dos votos e ficar a mais de 15% de diferença em relação ao segundo, será o congresso extraordinário convocado para 20 e 21 de julho próximo que irá decidir entre os dois mais votados.

Afastado a 01 de junho por uma moção de censura, Mariano Rajoy anunciou poucos dias depois que se retirava da vida política ativa sem indicar, ao contrário do que era habitual, um sucessor para dirigir o partido até agora mais importante da direita espanhola e que atualmente tem a maioria relativa dos deputados no parlamento.

O ex-primeiro-ministro, que liderou o PP durante 15 anos, renunciou ao lugar de deputados no Congresso dos Deputados (parlamento) e regressou esta manhã ao seu trabalho de funcionário público na conservatória de registo civil de Santa Pola (Alicante).

Todos os observadores concordam que a luta pela liderança vai ser decidida pelas duas mulheres mais poderosas do Governo de Mariano Rajoy e inimigas políticas, a atual número dois do PP e ex-ministra da Defesa, María Dolores de Cospedal, e a ex-vice-presidente, Soraya Sáenz de Santamaría.

As duas rivais anunciaram as suas candidaturas na terça-feira, depois de o atual presidente da Comunidade Autónoma da Galiza, Alberto Núñez Feijoó, considerado como o sucessor natural de Rajoy e o que melhor poderia aglutinar todas as correntes internas, se ter afastado da corrida.

Dolores de Cospedal e Sáenz de Santamaría defendem o "legado" de Mariano Rajoy e asseguram querer liderar a "regeneração" do PP, muito afetado por inúmeros casos de corrupção que levaram à queda do anterior primeiro-ministro espanhol.

"Quero ser a primeira mulher a presidir o PP e a primeira mulher a presidir o Governo espanhol", disse Cospedal (52 anos) quando apresentou a sua candidatura na quarta-feira, ao mesmo tempo que prometeu "firmeza face à corrupção".

Por seu lado, Sáenz de Santamaría (47 anos) assegurava poucos minutos depois, quando também apresentava a sua candidatura, que, se o PP "fizer uma boa oposição", irá regressar ao Governo.

"Agora são os militantes do PP que devem eleger democraticamente o seu líder. O que eu diga é muito pouco relevante", disse hoje Mariano Rajoy à chegada às 09:00 (08:00 em Lisboa) ao seu trabalho.

O total de sete candidatos a liderar o PP inclui ainda o vice-secretário do PP, Pablo Casado (37 anos); o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros José Manuel García Margallo (73); o deputado José Ramón García Hernández (47); o ex-líder da juventude do PP (Novas Gerações), José Luis Bayo (40), e o vereador do PP no município de de La Font de Figuera (Valência), Elio Cabanes.