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Teerão quer continuar a negociar para manter acordo após saída dos EUA
O Irão disse hoje estar disponível para continuar a negociar com a comunidade internacional para manter o acordo nuclear firmado em 2015, postura saudada pela União Europeia que indicou que as conversações com Teerão estão no "caminho certo".
© iStock
Mundo Irão
A disponibilidade de Teerão foi manifestada pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abas Aragchi, após uma reunião em Viena (Áustria) com os representantes da Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha, as potências internacionais que continuam comprometidas com o acordo nuclear, após o abandono daquele protocolo por parte dos Estados Unidos (EUA) no passado dia 08 de maio.
O acordo nuclear foi assinado em 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha).
"Sabemos que os outros participantes [do acordo], os europeus, a Rússia e a China, levam o acordo a sério", disse Abas Aragchi, que também é o principal negociador do dossiê nuclear da República Islâmica do Irão, em declarações aos jornalistas.
"Reconhecem que a sobrevivência do acordo depende do respeito pelos interesses do Irão. Disseram que entendem que a normalização do comércio do Irão é uma parte essencial do acordo", acrescentou o representante iraniano.
Por seu turno, uma fonte da União Europeia (UE), que falou sob anonimato, disse que a reunião de hoje "foi substancial".
"Estamos no caminho certo", afirmou a mesma fonte comunitária, citada pela agência espanhola EFE.
A UE assume o papel de patrocinadora do acordo nuclear, que foi alcançado em julho de 2015, em Viena, e que entrou em vigor a 16 janeiro de 2016.
O acordo foi assinado com o objetivo de garantir a natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear iraniano.
"Fomos muito claros de que não podemos dar garantias, mas podemos criar as condições necessárias para que os iranianos continuem a beneficiar do levantamento das sanções acordadas no acordo e para proteger os nossos interesses e continuar a desenvolver negócios legítimos com o Irão", precisou a mesma fonte.
A fonte comunitária acrescentou que as partes ainda envolvidas no acordo estão a trabalhar numa série de medidas "para mitigar as consequências da saída dos Estados Unidos", frisando que as mesmas partes têm consciência que "existem coisas que vão precisar de mais tempo".
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