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Dia Mundial da Doença de Alzheimer. Não deixe que seja esquecido

É o tipo de demência mais comum e aquele em que a ciência concentra grande parte da atenção. Falemos de Alzheimer, de tudo o que se sabe sobre a doença e de como é importante continuar a luta e não deixá-la cair no esquecimento.

Dia Mundial da Doença de Alzheimer. Não deixe que seja esquecido
Notícias ao Minuto

07:40 - 21/09/16 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Carreira

Declínio progressivo no funcionamento cognitivo da pessoa. Menos memória, menos capacidade intelectual, menos raciocínio, menos competências sociais, menos capacidade para reagir normalmente a emoções. Esta é a vida de quem sofre de Alzheimer.

A doença de Alzheimer é o tipo de demência mais comum, afetando entre 50% a 70% dos casos de demência a nível nacional. Ao todo, segundo os dados da Alzheimer Europe, são 130 mil os cidadãos portugueses com esta doença progressiva, degenerativa e que afeta o cérebro e todas as funções a ele associadas.

“À medida que as células cerebrais vão sofrendo uma redução, de tamanho e número, formam-se tranças neurofibrilhares no seu interior e placas senis no espaço exterior existente entre elas. Esta situação impossibilita a comunicação dentro do cérebro e danifica as conexões existentes entre as células cerebrais. Estas acabam por morrer, e isto traduz-se numa incapacidade de recordar ou assimilar a informação. Deste modo, conforme a doença de Alzheimer vai afetando as várias áreas cerebrais, vão-se perdendo certas funções ou capacidade”, explica o site da Alzheimer Portugal, organismo que apoia os portugueses que padecem deste mal.

A doença de Alzheimer – que é de três tipo: Alzheimer de Início Precoce, Alzheimer Esporádico e Alzheimer Familiar - acontece, numa fase inicial, de forma insidiosa e com uma deterioração lenta, sendo o tempo médio de doença entre sete a dez anos. Estar atento aos sintomas – mesmo aqueles que parecem irrelevantes – é essencial, pois só assim é que o diagnóstico pode ser eficaz.

As causas e a importância daquilo que comemos

A doença de Alzheimer é, ainda, de origem desconhecida. Sabe-se que pode ser ‘herdada’, mas também adquirida, embora as certezas continuem por desvendar.

Um relatório publicado no ano passado pela Direção Geral de Saúde (DGS) e que diz respeito ao impacto da nutrição na prevenção e tratamento da doença de Alzheimer adianta que “embora existam fatores de risco impossíveis de modificar (como os fatores genéticos ou a idade), muitos dos fatores de risco podem ser alterados através de mudanças no estilo de vida e/ou tratamentos médicos adequados. Neste sentido, os investigadores tentam descobrir dados sobre as alterações químicas que provocam danos nas células cerebrais. Estão a ser investigadas também algumas causas suspeitas da doença de Alzheimer, como fatores ambientais, perturbações bioquímicas e processos imunitários. Mas, a causa e a progressão da doença podem variar de pessoa para pessoa e, provavelmente, ser devida a um ou a mais fatores conjuntamente. Uma pessoa com a doença de Alzheimer pode viver entre três a vinte anos, sendo que a média estabelecida é de sete a dez anos”.

De acordo com a entidade nacional, a idade, o género, a genética, o histórico familiar, a existência de um traumatismo cranioencefálico (TCE), a educação, o acidente vascular cerebral (AVC), a doença cardíaca e a hipertensão, a diabetes tipo 2, a inatividade física e a má alimentação são apontados como fatores de risco para o aparecimento da doença, sendo estes dois últimos os que mais têm chamado a atenção da ciência.

“Atualmente ainda não existe nenhuma intervenção médica que possa prevenir a doença de Alzheimer, pensa-se porém que um efeito protetor possa advir da melhoria dos estilos de vida, entre os quais se encontra a alimentação. Existe evidência que o stress oxidativo, as vitaminas relacionadas com o metabolismo da homocisteína, as gorduras e o álcool têm um papel na patogénese da doença de Alzheimer”, lê-se no documento levado a cabo por Andreia Correia, Jéssica Filipe, Alejandro Santos e Pedro Graça.

Como salienta a DGS, são vários os estudos que têm provado os benefícios dos ácidos gordos ómega 3 e de micronutrientes como as vitaminas do complexo B, vitaminas E, C e D no neurónios. Além disso, a síntese de alguns compostos do sistema nervoso central, como a dopamina e noradrenalina, dependem de nutrientes essenciais, como as vitaminas B2 (riboflavina), B6 (piridoxina), B12, nicotinamida, ácido fólico e vitamina C, sendo, por isso, a alimentação fundamental para a prevenção e tratamento da doença.

Ter um estilo de vida saudável e que inclua não só a boa alimentação (evitando-se determinados alimentos, como aqueles que são processados, industrializados e repletos de sal, açúcar e gordura saturada na sua composição), como a atividade física, a ausência de stress e uma vida social plena ajuda a prevenir o aparecimento da doença.

 

A luta constante da ciência para travar o Alzheimer e encontrar a verdadeira causa

A Doença de Alzheimer continua a ser dos temas que mais intriga a Ciência e a Medicina. Nos últimos meses, multiplicam-se os estudos promissores sobre este mal cognitivo e alguns chegam mesmo a mostrar uma luz no fundo do túnel… mais não seja no que diz respeito à real origem da doença. A aposta em medicamentos tem sido uma constante, mas é preciso saber mais sobre a doença. E é isso que a ciência tem feito.

No ano passado, um estudo inovador veio deitar por terra algumas das mais antigas teorias relacionadas com o Alzheimer. Segundo a investigação britânica, esta doença pode ser transmissível. Poucas semanas depois, uma equipa do CNC descobriu como algumas células do sistema imunitário perdem a capacidade de combater a doença de Alzheimer, conhecimento que pode ajudar a encontrar um diagnóstico definitivo.

Num editorial publicado no início do ano, a Universidade de Manchester revelou que certos micróbios – um vírus específico e dois tipos de bactérias – estão na origem do Alzheimer. Pouco depois, Alexander Egeberg, da Universidade de Copenhaga, veveiom confirmar algo que a ciência já há muito desconfiava: a rosácea está relacionada com um maior risco de Alzheimer e demência.

Este mês, um estudo publicado na revista científica Nature revela que o aducanumab, um anticorpo desenvolvido pela empresa biotecnológica Biogen, pode trazer a cura para a doença de Alzheimer. Dois meses antes, um grupo de investigadores canadianos pode ter chegado à sequência de sintomas que ocorrem na doença de Alzheimer e uma equipa da Universidade de Cambridge mostrou, finalmente, que a doença pode pode ter que ver com a presença de placas beta-amilóides no cérebro.

Portugal tem contribuído para esta luta científica contra a doença de Alzheimer e uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra conseguiu mostrar que as modificações da plasticidade das sinapses no hipocampo pode ser uma das causas para a perda de memória.

Mais recentemente, uma equipa de investigadores da Lancaster University encontrou pequenas partículas de poluição dentro de amostras de tecido cerebral. Tais partículas são de óxido de ferro e o seu cariz possivelmente tóxico pode desencadear doenças como o Alzheimer.

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