Não tem mal algum uma criança querer saber mais sobre algo e, por isso, estar incluída numa atividade extracurricular, ou duas. Mas há que ter peso e medida.
O Diário de Notícias (DN) conversou com dois especialistas e revela que as atividades extracurriculares são benéficas para as crianças quando são executadas com vontade. No caso de imposição, pode levar ao aumento do desinteresse, cansaço e apatia.
Para a psicóloga e docente da Universidade Autónoma de Lisboa, Ana Gomes, não faz sentido que uma criança tenha mais do que duas atividades extracurriculares, principalmente quando Educação Física, Educação Musical e Inglês já fazem parte das disciplinas e atividades escolares.
Mas se existir interesse, não há problema algum em inscrever a criança, desde que tal não a sobrecarregue. “Se não forem intoxicantes e altamente cansativas, as atividades não lhes fazem mal”, diz José Morgado, do departamento de Psicologia da Educação do ISPA- Instituto Universitário.
Segundo este especialista, a culpa é, em parte, da oferta de atividades que atualmente existe – que vai do desporto, às línguas, passando pelo xadrez e outras atividades didáticas – e dos pais, que acreditam que as crianças, de facto, necessitam de tais atividades, mesmo já tendo parte delas no currículo escolar.
Embora as atividades não façam mal, quando não são em exagero, claro, as crianças são crianças e como tal “precisam de ter tempo livre e brincar, porque brincar sozinhas dá-lhes autonomia”, conclui José Morgado.