Substituir o pão por manga pode trazer melhorias a pessoas com diabetes tipo 2. A conclusão é de um estudo realizado na Índia que aponta algumas melhorias nos níveis de açúcar no sangue em pessoas com esta condição. Apontam que a resposta glicémica do corpo foi melhorada.
A verdade é que esta fruta tropical é alvo de alguns mitos no país, muito devido à sua doçura. Esta investigação tentou desmitificar algumas das questões relacionadas com a primeira refeição do dia, o consumo de pão e de manga.
O estudo envolveu 95 participantes e usou três variedades de manga. Concluíram que as respostas glicémicas eram semelhantes e por vezes até menores do que o pão branco duas horas após o consumo.
A resposta glicémica diz respeito à forma com um alimento afeta os níveis de açúcar no sangue após a sua ingestão. Durante um período de três dias, as flutuações de açúcar no sangue revelaram-se menores ao trocar o pão pelo consumo de manga ao pequeno-almoço.
"Este estudo mostrou que, dentro das dietas prescritas, o consumo de mangas não é prejudicial à glicémia e pode até ser benéfico", revelou Sugandha Keha, uma das autoras do estudo, aqui citada pelo The Independent.
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A substituição do pão por 250 gramas de manga revelou melhorias em parte dos participantes com diabetes tipo 2 no que respeita à resistência à insulina, da glicémia em jejum, peso e até da circunferência da cintura.
"Mostramos os benefícios de pequenas doses de manga no lugar de carboidratos, como o pão, ao pequeno-almoço, o que acaba com todas as especulações sobre os efeitos metabólicos adversos do seu consumo", diz o Prof. Anoop Misra, outro dos autores do estudo.
Contudo, aponta que o segredo está sempre na moderação e num acompanhamento clínico adequado. "Se o seu limite diário for de 1.600 calorias, as calorias da manga devem ser incluídas nesse total, e não como extras. Uma manga de 250 gramas, aproximadamente uma fruta pequena, tem aproximadamente 180 calorias. Como no estudo, poderá substituir uma quantidade equivalente de carboidratos por manga para obter os mesmos resultados."
Diabetes. O sintoma número um que a maioria das pessoas ignora
"O sintoma da diabetes que mais frequentemente passa despercebido é a fadiga, pois existem muitas outras causas potenciais para ela", explica David Culpepper, diretor clínico da empresa de telessaúde LifeMD.
"Muitas pessoas têm outros motivos potenciais para se sentirem cansadas, como excesso de trabalho, stress, sono insuficiente, depressão ou outros transtornos de humor, ou até mesmo a recuperação da COVID. Portanto, aqueles que sentem fadiga por causa da diabetes provavelmente atribuem-na a um desses outros fatores."
De facto, um estudo de 2015 publicado no Industrial Psychiatry Journal descobriu que 68% e 53% das pessoas com diabetes tipo 2 sofrem de fadiga e depressão, respetivamente.
"Pacientes diabéticos tinham 10,37 vezes e 4,80 vezes maior probabilidade de sofrer com fadiga e depressão, respetivamente", pode ler-se no estudo. "Tanto a fadiga como a depressão estavam significativamente associadas à duração da doença, aos níveis de glicemia em jejum e pós-prandial, às complicações diabéticas e ao Índice de Massa Corporal (IMC)."
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