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Depressão: Cinco sinais da doença debilitante nos jovens

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que pelo menos 30% da população mundial sofrerá de algum episódio de depressão ao longo da vida. E embora essa doença seja habitualmente diagnosticada na vida adulta, estudos apontam que aproximadamente 50% dos adultos portadores de depressão relataram início dos primeiros sintomas antes dos 18 anos.

Depressão: Cinco sinais da doença debilitante nos jovens

A depressão é uma doença psiquiátrica que pode ser desencadeada tanto pelo historial genético quanto por fatores ambientais. Todavia, ainda não há um consenso entre a comunidade médica e científica sobre qual desses elementos é mais predominante e gera uma maior influência para o desenvolvimento da condição debilitante.

"Cada criança manifesta a sua carga genética predisposta de determinada forma. Ela pode ser muito sensível com uma carga genética grande e o mínimo de estímulo negativo pode precipitar o início de um sintoma, seja uma crise de ansiedade ou uma fobia", afirma a psiquiatra Lee Fu, especialista em crianças e adolescentes e autora de três livros sobre o tema, em declarações à BBC News.

Um quadro depressivo, entretanto, só pode ser constatado quando há um sentimento de tristeza contínuo, sem motivo aparente, por pelo menos 15 dias. O diagnóstico depende da avaliação do histórico de doenças psiquiátricas da família, e ainda não há exames clínicos, como os de sangue ou ressonância magnética, capazes de identificar o transtorno.

Mas quais são os sinais que podem ajudar a identificar a doença?

1. Queda no rendimento escolar

Quando se trata de crianças e adolescentes, os quadros depressivos, fatalmente, refletem-se na queda do rendimento escolar, porque um dos sintomas é a alteração da forma e da velocidade do raciocínio, segundo Lee Fu. Também é comum que estes alunos passem a faltar mais às aulas.

"A criança diz que presta atenção, mas não consegue lembrar-se de tudo o que estudou. Podem ser alunos que antes tinham notas boas, mas agora a cabeça não funciona. Esse tipo de situação faz parte dos sintomas depressivos", afirma Lee.

2. Mudança de comportamento

Um quadro depressivo nem sempre está ligado a melancolia, tristeza e introspeção. Comportamentos como mau humor em excesso, irritação ou até aumento de apetite e sono podem também ser sintomas da depressão.

"As mudanças de hábitos às vezes são percebidas pelas escolas quando o adolescente passa a ficar mais quieto ou isolado. Algumas escolas têm essa atenção", diz Lee Fu.

Além da queda do rendimento escolar, outros sintomas da depressão são alteração de humor, apatia, choro em excesso. O adolescente também pode ficar mais rabugento e queixar-se de não saber o que fazer.

Alterações de peso, do sono (como demorar mais para conseguir dormir e ter mais pesadelos) e baixa autoestima também podem ser sinais. Outro indício característico é a perda da capacidade de sentir prazer em coisas que antes gostavam.

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3. Ideação suicida

Dados da OMS mostram que o suicídio representa 1,4% de todas as mortes em todo o mundo, tornando-se em 2012, a 15ª causa de mortalidade na população em geral. Entre os jovens de 15 a 29 anos, é a segunda principal causa de morte, somente ficando atrás de causas externas como homicídios e acidentes climáticos.

Nem todos os casos de suicídio, entretanto, estão ligados à depressão. O que se pode estimar, de acordo com psiquiatra Arthur Danila, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, é que a depressão não tratada aumenta as chances de a pessoa pensar em suicídio.

Se necessitar de ajuda para si ou para os seus deverá contactar a linha SOS Voz Amiga (213 544 545 - 912 802 669 - 963 524 660).

4. Ausência de planos para o futuro

A falta de comprometimento com o futuro, apatia, sentimento de medo e insegurança dos adolescentes foram problemas que apareceram durante o trabalho de orientação vocacional feito pela psicóloga Érica da Costa Garcia, clínica no Hospital Espírito Santo, no Brasil.

"Temos crianças de 15 anos que estão comprometidas com o futuro, e outras de 20 que não estão. O que vimos é que, quando começávamos a falar de orientação profissional, apareciam outras questões mais profundas e mais sérias. E se isso não for tratado, a pessoa não consegue dar vazão a uma escolha profissional assertiva, que reflita a sua identidade".

Segundo a psicóloga, se o aluno tem uma questão emocional de base para ser resolvida, não é possível avançar e trabalhar a orientação vocacional, por exemplo. "Não é possível decidir a carreira, se o jovem não tem autonomia como um todo. A adolescência é marcada por altos níveis de depressão e ansiedade. Trabalhar a saúde mental ajuda o jovem não só a escolher a carreira".

5. Prazer somente no mundo virtual

Embora os jovens tenham uma relação muito próxima com a Internet, isso pode tornar-se um problema quando o mundo virtual se transforma na única fonte de prazer.

"Quando o jovem fica hiperconetado com o mundo virtual, e desconectado do mundo real, acaba por não ter qualquer experiência de vida, fica menos comprometido, um jovem frágil emocionalmente”, explica a psicóloga Érica da Costa Garcia.

Prevenção e tratamento

Para Lee Fu, a depressão é como uma alergia. "Uma vez que a temos, havemos de a ter mais vezes, só não sabemos quando”.

Nem todos os casos requerem a toma de medicação. Quando há prescrição, deve ser feita com muita cautela e acompanhamento para ajuste das doses. Para os quadros depressivos leves, há a indicação de psicoterapia, muitas vezes também para as famílias.

"Mas a avaliação por psiquiatras pode ajudar muito a definir qual a melhor conduta em cada caso. E, é claro, a identificação precoce dos sintomas e adequado encaminhamento para atendimento por um profissional especializado", reforça Lee Fu.

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