E se os amamos por tudo isso, a verdade é que por vezes lutamos para conseguir entendê-los melhor… e regra geral falhamos.

O El País, divulgou uma lista de oito ações que a maioria dos donos tem em relação ao seu animal de estimação e que secretamente (ou nem assim tão secretamente) ele odeia.

1. Acariciar a barriga

Não, o gato não é um cão. "Não é o lugar mais recomendado para acariciar um gato, embora haja exceções, como em tudo", diz Adriana Mármol, veterinária da clínica catfriendly Triavet, em Sant Cugat del Valles, na Catalunha. "A área da barriga é muito vulnerável para um gato", acrescenta Belén Montoya, especialista da clínica veterinária Gattos, um centro exclusivo de saúde felina em Madrid. "Muitos donos interpretam que o gato fica de barriga para cima para que seja tocada, e é totalmente o oposto: esta posição costuma manifestar excitação ou desejo de brincar, de modo que o resultado poderá ser uma mordida ou um arranhão", Montoya acrescenta.

2. Levá-los para ver o mundo

Sim, os gatos são animais curiosos, mas, para um animal doméstico que tenha as suas necessidades satisfeitas, sair para a rua só causa stress e confusão.

3. Comprar uma caixa de transporte macia, colorida e moderna

Vejamos: a caixa de transporte é para o gato, não para si. Não seja frívolo quando comprar um produto cujo uso (geralmente para viajar, ir ao veterinário ou para uma mudança) representa um nível importante de stress para o seu amigo felino. "A maioria dos acessórios para animais é fabricada tendo em conta o que o dono quer, e não o que o animal realmente precisa", diz Mármol. Montoya chega a recomendar que "a caixa de transporte esteja coberta, para que não receba olhares intimidadores de pessoas ou outros animais".

As caixas transportadoras mais recomendadas são aquelas que são duras, que têm uma base sobre a qual o gato pode se sentir estável.

4. Cortar as unhas

Não é necessário para o seu bem-estar (e, de fato, para gatos que saem ao exterior não é recomendado, porque com unhas afiadas sobem em árvores e defendem-se contra um possível inimigo). Com os gatos de interior, é uma boa maneira de proteger os sofás e os braços dos humanos. Dependendo do animal, cortar as unhas pode ser um ato mais ou menos simples, ou criar o inferno na terra. "Há gatos que não se incomodam muito e outros que, diretamente, devem ser sedados", explica Mármol.

Montoya oferece estas dicas: "Podem ser enganados com comida ou pode aproveitar para o fazer quando estiverem a dormir”

5. Fazer amigos

"O ancestral do gato é o Felis silvestris libyca: totalmente carnívoro, territorial (os territórios dos machos são até três vezes maiores do que os das fêmeas) e solitário", diz Mármol. Ficou claro, certo? Não é que os gatos sejam antissociais patológicos, é que o seu modo de entender a sociedade é diferente. "Geralmente, introduzir um novo gato em casa, quando já lá vive outro há algum tempo não é boa ideia", continua a especialista. "Isso envolve muitos fatores, tais como quão territorial é o gato, o seu caráter, idade, a quantidade e distribuição de recursos na casa, a existência de áreas seguras, o manejo do cuidador em relação aos gatos e, acima de tudo, a maneira pela qual um novo gato é introduzido na casa. E, se pretende viver com dois, a melhor opção, sem dúvida, é adotá-los juntos quando ainda são bebés”.

6. Abraçá-los

"É normal que nós, como humanos, gostemos dessa forma de demonstrar afeto, mas os gatos têm outras maneiras de fazer isso", afirma Mármol. "Muitas vezes, podem interpretar os abraços como uma ameaça, já que se sentem encurralados, e respondem negativamente".

7. Colocar um guizo no gato

"O som constante é extremamente stressante para os bichos", diz Montoya, "e também não permite que estejam alerta, o que é algo necessário para um gato". Mármol também destaca que isso pode causar danos importantes no animal: "O tilintar colado ao ouvido todos os dias pode não apenas afetar a sua audição, mas também causar desconforto crónico”.

8. Os doces

Não, o seu gato não é humano e não tem os mesmos gostos do que você ou paladar. No caso dos doces, nem sequer estão adaptados para perceber esse sabor. Segundo Mármol, "os seus recetores estão desativados, então esse sabor normalmente nem sequer lhes interessa".