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"Quando a história explodiu, estávamos em todo o lado. Saiu em 19 países"

Hana Sofia Lopes viveu um momento único no ano passado quando viu a sua mala de viagem perdida. Mas nunca pensou que acabasse num caso mediático, tendo temido a má interpretação da sua história.

"Quando a história explodiu, estávamos em todo o lado. Saiu em 19 países"

O episódio já é muito conhecido, mas Hana Sofia Lopes nunca pensou que o mesmo andaria nas 'bocas do mundo'. A atriz luso-luxemburguesa perdeu a mala de viagem quando estava a voar para Nova Iorque, antes de seguir para o Canadá, onde tinha um evento importante que contava com a presença do primeiro-ministro do Luxemburgo, Xavier Bettel.

Desesperada, e depois de várias tentativas para conseguir recuperar a mala, Hana Sofia Lopes conseguiu a ajuda de uma jovem funcionária, Azalia (maquilhadora de profissão, mas que trabalha em part time no aeroporto), que ficou sensibilizada com a sua história e decidiu ajudá-la com a maquilhagem e penteado, sem custos, apenas por boa vontade.

Mais tarde, em conversa com algumas pessoas próximas, percebeu que este era um momento único e resolveu partilhá-lo com o mundo num gesto de retribuição pela boa ação que recebeu de Azalia. 

Em conversa com o Fama ao Minuto, Hana Sofia Lopes recordou toda a história e comentou o desfecho, que temeu ser mal interpretado. 

Acho que a história saiu em 19 países, em jornais como o The Independent, na Índia, na Grécia, em todo o lado. Tinha jornalistas do mundo inteiro a ligarem

Continua amiga 'próxima' da pessoa que a ajudou?

Amiga próxima, próxima não posso dizer porque ela vive no Canadá, mas mesmo assim vamos falando muitas vezes. Agora vou voltar para lá para acabar o filme que estava a fazer, o 'Kanaval', e vou estar com ela. Estamos muito surpreendidas com a volta que a nossa história deu ao mundo. É mesmo impressionante. 

Notícias ao Minuto Hana Sofia Lopes e Azalia© Hana Sofia Lopes  

Mas mantém contacto regular com ela?

Tenho de admitir que [comecei a falar mais] no final de novembro, início de dezembro, quando a história explodiu e estávamos em todo o lado – acho que a história saiu em 19 países, em jornais como o The Independent, na Índia, em todo o lado. Tinha jornalistas do mundo inteiro a ligarem. Pensei, o que é que está aqui a acontecer. Estava à procura de uma pessoa com quem pudesse falar sobre isto, porque ninguém estava a perceber realmente, e foi aí que falei mais com ela. Ela própria também estava chocada, não estava a perceber o que estava a acontecer.

Passado uma semana toca o meu telefone. Era da CNN

Alguma vez imaginou que a história pudesse ter esta repercussão?

Obviamente que não. Nem que uma pessoa tentasse imaginar ou pensar que seria bom que a história se tornasse viral, isto é uma coisa que ninguém consegue imaginar. Porque, na verdade, a ideia de fazer um artigo sobre isto foi minha.

Eu voltei para a Europa e tenho muitas amigas que trabalham no meio da comunicação. Comecei a contar a história, mas nada a pensar em segundas intenções. Uma das minhas amigas, que é jornalista, disse que dava um artigo porque a história era mesmo impressionante. Pensei que se ela estava a dizer aquilo era porque tinha algum fundamento. Depois, entretanto, fui a Paris fazer um trabalho, estive com a minha prima e também lhe contei a história. Ela começou a chorar de tanta emoção. Pensei que a história era mesmo sólida, que tinha qualquer coisa de profundo e não era banal. Contei a outra amiga, que estudou em Londres, e achou a história fenomenal. Ela contou a uma amiga, essa amiga contou a outra amiga e passado uma semana toca o meu telefone. Era da CNN.

A jornalista depois disse que iam publicar a história nas redes sociais, nos Estados Unidos. Quando desliguei o telefone, fui ver o Twitter da CNN e vejo que eles têm 60 milhões de partilhas. Já fiz novelas, sei o que é fazer projetos que a seguir vão para as redes… Conheço isso tudo e sei que muitas vezes o que sai daí não é muito inteligente nem muito interessante, não é com boa intenção.

Tinha medo que as pessoas fossem um bocadinho más e dissessem que eram problemas do primeiro mundo, da atriz que não tem maquilhagem... Quando a história não é isso

Tem o lado bom e o mau?

Sinceramente, tem mais mau do que bom. Esse lado das redes sociais a mim não me agrada muito porque acho que é um bocado violento. E aí comecei a pensar na miúda que me ajudou. Era suposto ser uma coisa boa, queria fazer um artigo para ela, para lhe devolver uma coisa que ela me deu. Ela teve um gesto muito bonito. Tomou seis horas da vida dela para me ajudar quando não me conhecia de lado nenhum, e não quis dinheiro. Queria um artigo para ela mostrar à família e para ficar com uma recordação. Queria mostra-lhe que quando alguém faz uma coisa de bom na vida, regra geral, o retorno também é positivo.

Mas depois pensei que se isto fosse para a CNN ia ser uma coisa que já não ia estar no nosso controlo. Vejo as notícias e sei que é uma fonte para muitos outros jornais. E depois tinha medo dessa parte das redes sociais, e que as pessoas fossem um bocadinho más e dissessem que eram problemas do primeiro mundo, da atriz que não tem maquilhagem... Quando a história não é isso. Há um provérbio que diz: 'Quando o sábio aponta para a lua, o idiota olha para o dedo'.

Infelizmente, vivemos num tempo em que não é regra uma pessoa ajudar outra que não conhece de lado nenhum durante um dia inteiro. Por isso liguei-lhe e disse que se não quisesse não fazíamos isto. Ela também tinha de dar a autorização dela para sair na CNN, senão, não era possível. E disse-lhe que caso ela quisesse tinha de me prometer uma coisa: não olhava para os comentários nas redes sociais porque não vale mesmo a pena. Ela prometeu que não ia ler nada, mas depois quem foi ler fui eu [risos]. A partir do momento em que o artigo foi publicado, foi uma bomba [tive muitos jornalistas a ligar].

Na minha mala de mão só tinha um disfarce da Mulher-Maravilha

Na altura tinha um encontro com o primeiro-ministro do Luxemburgo...

Sim, porque ia lá fazer um filme, o 'Kanaval', que vou acabar agora. E ao mesmo tempo que ia a gravar, estava a decorrer um festival que se chama Cinemania, que acontece em Montreal, e no ano passado o Luxemburgo era um bocadinho o ‘best of honor’ - havia imensos filmes apresentados em luxemburguês e muitos convidados do Luxemburgo. Nesse contexto, o primeiro-ministro foi lá e ia haver uma receção onde ia estar presente. Como estava lá a gravar o filme, disseram que se eu quisesse também podia ir – e a equipa do meu filme também estava na receção, estava lá toda a gente.

Para mim, era importante porque ia conhecer o realizador do meu filme pela primeira vez em pessoa nessa receção, porque até lá só tinha sido por Zoom. Imagina o que é chegares e não teres nada. Era uma coisa importante, uma longa-metragem no Canadá, e eu venho da Europa… Tu queres sentir-te segura, bem, não queres chegar e pensar que nem tens meias para calçar.

Como em Nova Iorque me foi dito que a mala ia chegar no dia seguinte – era sempre no dia seguinte quando ligava para a companhia – pensei que não ia estar a gastar rios de dinheiro a comprar todas as maquilhagens que eram precisas, a comprar meias, isto e aquilo… Só comprei o básico. No dia antes de voar é que pensei que tinha mesmo de comprar um vestido.

Na minha mala de mão só tinha um disfarce da Mulher-Maravilha [risos]. Ia fazer uma viagem longa então ia [com um look] mais confortável. Depois já estava a caminho do aeroporto quando me lembrei que me tinha esquecido do meu disfarce, porque ia a uma festa de Halloween em Nova Iorque. Voltei para trás e como a minha mala já estava fechada, peguei no disfarce e coloquei na minha bagagem de mão. Por isso quando cheguei, a única coisa que tinha era o disfarce da Mulher-Maravilha. Não sei o que é que o universo me queria comunicar. A seguir muitas pessoas disseram que se tivesse ido com o disfarce jamais as pessoas se iriam esquecer de mim. [risos]

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