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Mulher de Woody Allen quebra silêncio para defender marido

A mulher do cineasta norte-americano Woody Allen, Soon-Yi Previn, quebrou o silêncio para defender o marido das acusações de abusos sexuais da filha Dylan, relançando a polémica e atiçando mais o que nunca a guerra Allen-Farrow.

Mulher de Woody Allen quebra silêncio para defender marido
Notícias ao Minuto

21:46 - 17/09/18 por Lusa

Fama Soon-Yi Previn

"O que está a acontecer a Woody é tão arrasador, tão injusto", declarou Sonn-Yi Previn, de 47 anos, numa rara entrevista publicada no domingo na New York Magazine.

"[Mia Farrow] aproveitou o movimento #MeToo para apresentar Dylan (também sua filha adotiva) como vítima. E toda uma nova geração está a ouvir falar desta história, o que não deveria acontecer", defendeu Soon-Yi Previn, que fala igualmente das dificuldades de relacionamento que ela própria teve, enquanto criança, com a atriz Mia Farrow, que a foi buscar aos seis anos a um orfanato sul-coreano e a adotou quando era casada com André Previn.

As declarações de Soon-Yi - que causou escândalo ao casar com Woody Allen, 35 anos mais velho do que ela e que estava ainda com Mia Farrow na altura em que a relação de ambos começou - vieram reavivar a guerra que opõe o lendário realizador a vários membros da família Farrow e relançar a controvérsia que o fez confrontar-se, aos 82 anos, com um boicote de atores como Colin Firth e Greta Gerwig por solidariedade com Dylan.

No artigo que acompanha a entrevista, Dylan Farrow, igualmente citada, garante que a mãe não a pressionou para relançar esta história na sequência do movimento #MeToo, que promoveu a denúncia de casos de assédio e abuso sexual em Hollywood.

Depois da primeira denúncia, feita em 2014, Dylan deu em janeiro deste ano a sua primeira entrevista televisiva, na qual pormenorizou acusações já apresentadas diversas vezes, explicando como o cineasta a tinha agredido sexualmente em 1992, quando tinha sete anos.

"Isto só serve para fazer de mim uma vítima novamente. Graças à minha mãe, cresci num lar maravilhoso", disse a rapariga à New York Magazine.

Após a publicação do artigo, Dylan também publicou na rede social Twitter uma declaração assinada por vários filhos biológicos e adotivos de Mia Farrow atestando que a atriz sempre foi "uma mãe carinhosa e generosa".

"Rejeitamos qualquer tentativa de distorção das acusações de Dylan para tentar difamar a nossa mãe", acrescentaram.

O único filho biológico de Mia Farrow e Woody Allen, Ronan Farrow - jornalista premiado com um Pulitzer pelas revelações que fez sobre o produtor cinematográfico caído em desgraça Harvey Weinstein, alvo de várias acusações de assédio sexual e violação -, condenou veementemente o artigo de Daphne Merkin, amiga de longa data de Allen.

"Devo tudo a Mia Farrow", 'tweetou' Ronan, declarando-se furioso com a New York Magazine, como "filho e irmão" e "como jornalista", devido à "falta de atenção aos factos, à recusa de incluir testemunhos que contradiriam imprecisões na peça" e à recusa de incluir as respostas da irmã.

"As vítimas de abuso merecem melhor que isto", defendeu.

Sobre a mãe adotiva, Soon-Yi diz que eram como "água e azeite" e que sempre teve a sensação de estar no fundo da "hierarquia" que entendia existir entre os filhos adotivos e biológicos de Mia Farrow e do seu então marido, André Previn.

Ela conta, por exemplo, como a atriz, que tem atualmente 73 anos, lhe atirou um jogo de letras em madeira por achar que ela não estava a aprender o alfabeto suficientemente depressa.

Mia estava tão convencida de que a filha adotiva era "irremediavelmente atrasada" mental que a segurava, por vezes, pelos pés "para fazer o sangue correr para a cabeça, para que ficasse mais inteligente", relatou Soon-Yi.

As suas memórias vêm juntar-se às de outro filho adotivo da atriz, Moses Farrow, psicoterapeuta, cujas memórias de infância são marcadas pelos maus-tratos físicos e psicológicos às mãos desta, que o usou a ele e ao irmão Lark como "criados", encarregados das compras e da limpeza da casa, e chegou a arrastar um deles pelas escadas abaixo e a trancá-lo num barracão durante a noite.

Em maio deste ano, Moses escreveu no seu blogue um texto sobre a sua versão dos acontecimentos do verão de 1992, defendendo que a irmã mais nova nunca foi vítima de abuso sexual por parte de Woody Allen, mas antes vítima de manipulação pela mãe.

De acordo com o psicoterapeuta, na altura em que Dylan afirma ter sido molestada pelo pai adotivo, havia sete meses que Mia Farrow descobrira a relação entre a sua filha adotiva Soon-Yi e Woody Allen e começara a dizer-lhes que este era "mau, um monstro" e que Soon-Yi, para ela, "estava morta".

"A minha mãe era a nossa única fonte de informação sobre Woody e ela era extremamente convincente", observou, acrescentando: "Tinha aprendido também em diversas ocasiões que ir contra a sua vontade tinha terríveis repercussões".

Assim, nesse verão, quando Allen foi visitar os filhos adotivos ao Connecticut, embora Mia não estivesse em casa, tanto as cinco crianças como os três adultos que com elas se encontravam -- duas amas e uma explicadora -- tinham sido sobejamente alertados de que o cineasta era um monstro.

"Nenhum de nós teria permitido que Dylan se afastasse com Woody, mesmo que ele tentasse", frisou Moses Farrow, acrescentando que, embora tenha visto nesse dia o pai adotivo entrar e sair da sala, este nunca o fez ao mesmo tempo que a irmã de sete anos.

Moses pensa que as pessoas se convenceram de que as acusações de Dylan eram verdadeiras devido à relação de Woody com Soon-Yi -- só que esta não era sua filha adotiva.

"Sim, [a relação] era pouco ortodoxa, desconfortável, perturbadora para a nossa família e magoou terrivelmente a minha mãe. Mas a relação, por si só, não foi nem de perto, nem de longe tão devastadora para a nossa família como a insistência da minha mãe em fazer da traição dele o centro das nossas vidas a partir de então", escreveu.

No seu texto, Moses Farrow dirigiu-se às pessoas que se mostraram arrependidas por terem trabalhado com o pai: "Precipitaram-se ao juntar-se a um coro de condenação com base numa acusação desacreditada".

Woody Allen sempre negou ter abusado de Dylan Farrow, e o caso foi alvo de duas investigações, nos anos 1990, que não resultaram em qualquer acusação formal ao realizador.

À irmã, que agora reavivou a batalha familiar, Moses deixou então uma mensagem: "Desejo-te paz e sabedoria para compreenderes que dedicar a vida a ajudar a nossa mãe a destruir a reputação do nosso pai não te trará provavelmente nenhum consolo."

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