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Dos prejuízos recorde ao despedimento de (mais) funcionários. E agora?

A instituição liderada por António Ramalho apresentou, na quinta-feira, prejuízos recorde na ordem dos 1,4 mil milhões de euros, marcando os piores resultados de sempre do banco. Com isto, o Fundo de Resolução vai entrar em palco e terá de injetar mais dinheiro e pedir um empréstimo ao Estado.

Dos prejuízos recorde ao despedimento de (mais) funcionários. E agora?
Notícias ao Minuto

08:55 - 29/03/18 por Beatriz Vasconcelos

Economia Novo Banco

O Novo Banco apresentou prejuízos recorde, no final de quarta-feira, relativos ao exercício de 2017. Na conferência de imprensa de apresentação de resultados, o presidente executivo da instituição, António Ramalho, culpou o aumento das imparidades, num esforço da instituição para limpar o balanço de ativos considerados tóxicos.

A instituição bancária divulgou um aumento do prejuízo líquido na ordem dos 77% para 1,4 mil milhões no total de 2017, os piores resultados de sempre para o banco que resultou dos ‘ativos bons’ do antigo Banco Espírito Santo (BES).

António Ramalho explicou que em 2017 "as imparidades foram reforçadas em 2,57 mil milhões de euros, o que justifica o resultado excecional este ano". As imparidades são a redução do valor de determinado ativo, evidenciando assim uma perda potencial ou efetiva.

Ramalho disse ainda que pediu uma auditoria interna aos mesmos créditos avaliados pela Comissão Europeia e que não foram encontradas falhas na concessão e gestão dos empréstimos.

Fundo de Resolução entra em 'palco'

Com este forte aumento das imparidades, o rácio de capital do Novo Banco caiu, o que levou à ‘ativação’ do Mecanismo de Capitalização Contingente, que foi criado durante o processo de venda da instituição ao fundo Lone Star e cuja responsabilidade pela gestão ficou a cargo do Fundo de Resolução.

“Em 31 de dezembro de 2017 o mecanismo acima referido [Mecanismo de Capitalização Contingente] foi ativado conduzindo ao registo de uma compensação de 791,7 milhões de euros, por forma a que o Banco se mantenha uma instituição financeiramente sólida e bem capitalizada, com rácios de capital e níveis de rentabilidade potenciadores da sua atividade”, refere o Novo Banco no comunicado enviado ao regulador de mercado.

Ainda neste contexto, saliente-se que o Fundo de Resolução pode ter de compensar com até ao limite de 3,89 mil milhões de euros, “por perdas que venham a ser reconhecidas com alguns dos seus ativos problemáticos, caso os rácios de capital desçam abaixo de determinado patamar”.

Estado entra com 450 milhões

Tendo de injetar cerca de 792 milhões no Novo Banco, o Fundo de Resolução anunciou que irá "utilizar, em primeiro lugar, os recursos financeiros disponíveis, resultantes das contribuições pagas, directa ou indirectamente pelo setor bancário", segundo um comunicado emitido pela entidade no final de quinta-feira.

No entanto, esse valor não irá chegar, pelo que terá de recorrer a um empréstimo junto do Estado, cujo “montante concreto ainda não está fixado”, pode ler-se no comunicado. Ainda assim, a entidade estima “que não ultrapasse os 450 milhões de euros, ficando assim aquém do limite anual de 850 milhões de euros, inscrito no Orçamento do Estado”, refere.

Menos 64 balcões e seis centenas de funcionários

O Novo Banco deu ainda conta de uma redução dos ‘custos operativos’ na ordem dos 7,1% no ano passado, o que reflete a “redução de balcões e de colaboradores”. António Ramalho explicou na conferência de imprensa que o Novo Banco fechou 2017 com menos 608 funcionários do que no final do ano anterior e ainda que foram encerradas 64 agências.

Cenário este que deverá manter-se. "O que vamos ter pela frente são os custos de reestruturação, com naturalmente alguma redução de balcões", referiu Ramalho, acrescentando que também implicará uma diminuição do número de trabalhadores, "quer através de  rescisões voluntárias como reformas antecipadas".

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