Tripulantes portugueses da Vueling em greve por melhores salários
Os tripulantes de cabine da companhia aérea Vueling que têm como base o aeroporto de Orly, em Paris, estão em greve por aumentos salariais e melhores condições de trabalho, entre os quais 25 portugueses, disse fonte sindical à Lusa.
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Economia Protestos
A greve arrancou este domingo e prolonga-se até dia 06 de agosto, reclamando os assistentes de bordo da companhia 'low cost' espanhola melhores condições laborais, nomeadamente melhores salários, uma vez que consideram que o valor pago não é suficiente para viver na região de Paris.
O dirigente sindical Clément Viaud, do sindicato SNPNC/FO, que convocou a greve, disse à Lusa que 90% dos 65 tripulantes de cabine baseados em Paris aderiram à greve, entre eles os 25 portugueses.
A operação da Vueling desde Paris para Lisboa e para o Porto, o sul de França e Espanha tem registado alguns atrasos devido à greve, mas não cancelamentos, uma vez que a empresa está a recorrer a tripulantes baseados noutras cidades europeias, segundo os trabalhadores com os quais a Lusa falou, que consideram a prática ilegal.
No domingo, alguns dos trabalhadores em greve estiveram no aeroporto de Orly a distribuir panfletos a quem passava a dar conta dos motivos da paralisação, segundo a imprensa francesa.
No caso dos tripulantes portugueses da Vueling com base em Paris, fonte dos trabalhadores explicou à Lusa que os mais antigos foram contratados há um ano, quando a companhia 'low cost' realizou ações de recrutamento no Porto e em Lisboa.
Os contratos são feitos pela lei francesa, pelo que a Vueling paga o ordenado mínimo francês, cerca de 1.500 euros, acrescido de subsídios, como subsídio diário e consoante as horas de voo.
Os trabalhadores que estão em greve consideram que o ordenado final não é suficiente para fazer face ao custo de vida de Paris e reclamam um aumento, referindo que as companhias áreas 'low cost' que têm trabalhadores baseados em França pagam em média mais 700 euros por mês do que a Vueling.
Os tripulantes de cabine querem ainda uma tabela salarial que tenha em conta a antiguidade do trabalhador na empresa e que os trabalhadores passem de contrato temporário a definitivo com base na antiguidade, e não na nacionalidade, além de outras melhorias laborais.
Estes trabalhadores consideram ainda que, em França, a Vueling não está a cumprir o código da aviação civil, o que é ilegal.
Sobre a postura da Vueling face às reivindicações dos assistentes de bordo, o dirigente sindical Clément Viaud disse à Lusa que os responsáveis da empresa em França se mostraram abertos a melhorias laborais, mas que a empresa-mãe, em Espanha, se recusa a fazê-lo.
Contudo, garantiu, os trabalhadores não aceitam sair desta greve sem algum ganho.
A Lusa tentou contactar fonte oficial da Vueling, mas sem sucesso.
O grupo de aviação IAG, a que pertencem as companhias British Airways, Iberia e Vueling, entre outras, teve lucros de 567 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais 2,3% do que em igual período do ano passado.
Em 2016, a Vueling transportou 28 milhões de passageiros.
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