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BPI passa de lucro a prejuízo de 102 milhões de euros

O Banco BPI registou um resultado líquido negativo de 102 milhões de euros entre janeiro e junho, que compara com o lucro de 106 milhões de euros obtido em igual período do ano passado, anunciou hoje a entidade.

BPI passa de lucro a prejuízo de 102 milhões de euros
Notícias ao Minuto

17:11 - 25/07/17 por Lusa

Economia 1.º semestre

Pablo Forero, presidente executivo do BPI, explicou que o prejuízo verificado nos primeiros seis meses se deve ao impacto extraordinário da mudança de tratamento contabilístico do Banco de Fomento Angola (BFA), que teve um peso de 212 milhões de euros após impostos, e do custo de 106 milhões de euros com o programa de saídas voluntárias.

Em termos recorrentes, Pablo Forero considerou que o BPI teve "um semestre positivo", durante o qual reforçou a sua solvabilidade e liquidez e ganhou clientes.

"Aumentamos em 82 milhões de euros os nossos resultados líquidos recorrentes para 188 milhões de euros", assinalou o gestor espanhol, que já recebeu 'luz verde' do Banco Central Europeu (BCE) para desempenhar a função.

Do total dos 188 milhões de euros positivos do resultado recorrente, mais de 50% veio de Angola, onde o BPI tem 48% do Banco de Fomento de Angola (96 milhões de euros).

Contudo, Forero admitiu hoje que não sabe quando o banco receberá esses dividendos: "O processo de transferência de dividendos demora tempo. Em janeiro recebemos os de 2014 e 2015, quando acontece, acontece", afirmou.

Quanto aos resultados consolidados, a margem financeira foi de 98,5 milhões de euros no segundo trimestre, entre abril e junho, um recuo tanto em termos trimestrais como em termos homólogos (foi de 103,6 milhões de euros no segundo trimestre de 2016).

O banco explicou essa queda da margem financeira com a redução dos 'spreads' (margem comercial) do crédito a empresas, estabilização do crédito, contributo diminuto da carteira de títulos e com o custo da emissão de dívida subordinada feita em março.

Para o futuro, Pablo Forero disse que o banco trabalhará para aumentar a margem financeira ou pelo menos não a deixar cair, mas reconheceu que o "contexto é difícil".

Ainda assim, afirmou que o BPI trabalhará para aumentar o valor arrecadado em comissões e no preço do crédito, nomeadamente mais produção de crédito mais rentável, como ao consumo.

Já as comissões líquidas subiram no segundo trimestre para 72,2 milhões de euros, um aumento de 9,2% face ao primeiro trimestre e 4,8% face ao segundo trimestre de 2016, nomeadamente graças às comissões de gestão de ativos.

Em termos de custos com estrutura, no primeiro semestre, foram de 232,3 milhões de euros, menos 8,5% face ao mesmo semestre de 2016, mas excluindo as despesas do banco com o programa de saída de mais de 600 trabalhadores (cerca de 100 milhões de euros, mas que permitirá poupanças de 36 milhões de euros anuais de futuro).

Quanto ao balanço, o BPI deu hoje conta do aumento dos recursos de clientes em 1.600 milhões de euros, desde início do ano até junho, sobretudo em fundos de investimento (mil milhões de euros), enquanto em depósitos o aumento foi de 300 milhões.

No final de junho, o BPI tinha 20.069 milhões de euros em depósitos e 8.907 milhões em ativos sob gestão (fundos de investimento e pensões).

Questionado sobre se o BPI está a atrair clientes para produtos mais arriscados, Forero garantiu que tal não acontece e que são os clientes que procuram produtos com mais remuneração, num contexto de baixas taxas de juro.

"As taxas de juro levam as pessoas a ficar disponíveis a tomar mais risco para ter mais retorno. Os fundos de investimento são a alternativa que os clientes gostam mais", afirmou.

Nos empréstimos, o crédito a particulares estabilizou em junho, com uma subida ligeira de 0,3% desde início do ano para 12.146 milhões de euros, e o crédito a empresas subiu 1,2% para 8.333 milhões de euros.

As imparidades para crédito diminuíram de 35,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2016 para 16,6 milhões até junho deste ano e o rácio de crédito em risco é de 3,6%, praticamente o mesmo valor de final de 2016.

O BPI fechou ainda o primeiro semestre com um rácio de solvabilidade CET1 de 11,9% com as regras de transição e de 10,9% com as regras para este rácio totalmente implementadas.

Os resultados do primeiro semestre de 2017 foram os primeiros do BPI apresentados pelo novo líder executivo do banco, Pablo Forero, depois de ter recebido autorização do Banco Central Europeu (BCE) para ocupar a função.

Ao seu lado, na conferência de imprensa, estava apenas o administrador Pena do Amaral.

Fernando Ulrich, que é agora presidente do Conselho de Administração ('chairman') do banco, não esteve presente.

Forero justificou a ausência de outros administradores executivos com o facto de terem "muito trabalho".

O BPI é desde início do ano, após o sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA), controlado pelo grupo espanhol CaixaBank.

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