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Produtores de leite apelam para Governo não deixar indústria matar setor

A Associação de Produtores de Leite de Portugal (Aprolep) quer que o Governo seja mediador nas conversações com as indústrias do setor, acusando-as de terem "grandes lucros mas continuarem a deixar fechar e morrer as explorações".

Produtores de leite apelam para Governo não deixar indústria matar setor
Notícias ao Minuto

11:43 - 24/07/17 por Lusa

Economia Jorge Oliveira

"A situação atual não é sustentável: ter um setor a produzir leite abaixo do preço de custo. Sabemos que temos ajudas europeias, mas mesmo assim não conseguimos cobrir o défice que temos. E vamos acumulando dívidas que começam a ficar insustentáveis. Estamos sempre à espera de um melhor dia, da luz ao fundo do túnel mas ela não aparece", disse o presidente da Aprolep, Jorge Oliveira.

Em declarações à agência Lusa, o responsável pela associação que representa mais de meio milhar de produtores explicou que são precisos 35 cêntimos para produzir um litro de leite, sendo que o máximo que a Aprolep sabe que os produtores estão a receber é 30 cêntimos/litro.

"E a maioria só recebe a 27 e 28 [cêntimos/litro]. Não pode ser. No resto da Europa, temos países como a Holanda que paga a 39 cêntimos. A média da Europa ronda os 35 cêntimos. Agora estamos a alertar, mas poderemos vir a tomar medidas duras para que nos oiçam", disse Jorge Oliveira.

Segundo um levantamento feito pela Aprolep "quatro das maiores empresas portuguesas têm juntas 30 milhões de euros de lucros", razão pela qual a associação não percebe o porquê de "não acompanharem o preço europeu" pago aos produtores.

"O que percebemos é que não há vontade para subir o preço de compra de leite mesmo existindo condições e assistimos a um Governo que não faz nada e a explorações a fecharem quase todos os dias", afirmou.

A título de exemplo, Jorge Oliveira apontou que só na cooperativa de que faz parte, da Trofa/Santo Tirso, fecharam cinco explorações este ano e revelou ter sido pedida uma audiência à tutela no início de junho, sobre a qual aguarda resposta.

Além de abordar estas preocupações, a Aprolep pretende pedir ao Governo que "não sobrecarregue o criador com a taxa seca dos matadouros".

Em causa está o facto de até aqui, o custo por limpeza de restos de animais mortos estar a cargo de quem leva o animal ao matadouro, sendo que agora a "taxa seca", como descreveu Jorge Oliveira, é da responsabilidade do criador.

"Não estamos contra a taxa. É uma taxa que visa a eliminação dos restos de animais mortos. Mas não é justo que seja sempre o criador a pagar", concluiu Jorge Oliveira.

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