DBRS admite baixar 'rating' da CGD caso não regresse aos lucros em 2018
A agência DBRS admite que pode baixar o 'rating' da Caixa Geral de Depósitos (CGD) caso o banco não regresse aos lucros em 2018, depois de ter reduzido a perspetiva da nota atribuída para negativa.
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Economia Agência
"Pressões negativas sobre o 'rating' podem surgir se a DBRS assistir a sinais de instabilidade na nova administração, juntamente com algum desvio significativo perante os objetivos-chave anunciados no plano estratégio", alerta agência de notação financeira num relatório sobre a CGD divulgado hoje.
Entre os objetivos, a DBRS está preocupada com um eventual "fracasso ao regresso aos lucros e de uma redução significativa do crédito não performativo nos próximos 12-18 meses". Além disso, a agência também considera que a pressão negativa pode surgir caso exista uma "erosão de capital significativa devido a prejuízos superiores ao previsto" nesse período.
Estes são os alertas que a DBRS deixa, numa altura que atribui à CGD a notação 'BBB' (low), o nível mais baixo de investimento, mas com perspetiva 'negativa', o que significa que pode ser revisto em baixa na próxima avaliação.
Por outro lado, a agência canadiana afirma que a perspetiva do 'rating' pode ser alterada para 'estável' "caso a DBRS veja ganhos adicionais em relação ao plano estratégico, incluindo uma redução significativa do crédito não performativo e melhoria da rentabilidade".
Ainda assim, para a perspetiva passar a positiva, ou seja, para que a DBRS possa subir o 'rating' ao banco público, "seria necessário uma revisão em alta do 'rating' atribuído à dívida pública portuguesa", juntamente com um "regresso sustentável" aos lucros e uma "redução dos riscos presentes no balanço do banco".
Em março, a CGD concluiu uma recapitalização de quase 5.000 milhões de euros, aprovada entre o Governo e a Comissão Europeia, depois de ter apresentado um prejuízo histórico de 1.859 milhões de euros em 2016.
No âmbito da recapitalização da CGD, o banco público acordou com Bruxelas um plano estratégico que passa, entre outras medidas, pela saída de cerca de 2.000 pessoas até 2020, através de pré-reformas e rescisões amigáveis, num ritmo de 500 a 600 por ano.
O plano prevê também o regresso aos lucros, a redução do crédito malparado e a centralização das atividades da CGD em Portugal e em alguns mercados de língua portuguesa.
A perspetiva 'negativa' reflete a visão da DBRS de que a implementação do plano estratégico continua a ter "riscos de execução".
"Embora a economia portuguesa esteja a melhorar gradualmente, a DBRS considera que qualquer alteração repentina nas condições económicas, ou o enfraquecimento da confiança na dívida soberana e/ou no setor bancário podem tornar mais difícil o sucesso da nova administração", liderada por Paulo Macedo, considera a agência.
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