Portugal "não tem qualquer alternativa real à Europa"
O empresário Alexandre Soares dos Santos defendeu hoje que Portugal "não tem qualquer alternativa real à Europa", pelo que deve "parar com os discursos fáceis de oposição" e passar à ação.
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Economia Soares dos Santos
O presidente da Jerónimo Martins falava na abertura da conferência “25 Anos de Portugal Europeu”, durante a qual foi apresentado um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre o desenvolvimento da economia e da sociedade portuguesas ao longo dos 25 anos de integração na União Europeia.
No seu discurso, o fundador daquela instituição e presidente do grupo Jerónimo Martins disse que Portugal viveu durante séculos das suas ex-colónias e tem vivido, nas últimas décadas, da Europa.
"Habituámo-nos à dependência e a confiar na sorte. Praticámos dedicadamente o 'desenrascanço'", lamentou o empresário.
Surpreendidos com a "queda dolorosa" da crise que afeta o país, acrescentou o empresário, os portugueses indignam-se com a sua sorte e zangam-se com a Europa.
Nesta conjuntura, afirmou, tornou-se vulgar "maldizer a Europa, amaldiçoar o Euro". Num comportamento que considerou "muito lusitano", os portugueses passaram do sofrimento ao ato de culpar os outros, por razões de facilidade e atualidade, a 'Troika'.
"Como se os nossos males tivessem começado com a intervenção da ‘Troika’… Como se os nossos males acabassem no dia em que não tivermos a ‘Troika’ para culpar…"
Para Soares dos Santos, Portugal deve querer, "acima de tudo, fazer alguma coisa por si próprio", o que passa por "assumir os seus erros e as suas responsabilidades" e por perceber, "de uma vez por todas, que, enquanto Estado-Nação, Portugal só é viável dentro do projeto europeu".
"Digam o que disserem, não temos qualquer alternativa real à Europa, pelo que o destino português e o destino europeu estão indissociavelmente cruzados", disse o fundador da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Para o líder da Jerónimo Martins, "é tempo de parar com os discursos fáceis de oposição e de conflito". É preciso travar o ceticismo e o desencanto e de acreditar, e trabalhar.
Da autoria de Augusto Mateus, o estudo hoje apresentado conclui que os primeiros 25 anos de Portugal na União Europeia ilustram um semifalhanço.
"Fizemos coisas muito bem feitas, vivemos hoje melhor, mas cansámo-nos a meio caminho. Perdemos força e velocidade”, concluiu o autor.
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