Aprovada audição do presidente da ERSE para esclarecer taxa do gás
O parlamento vai ouvir, com carácter de urgência, o presidente da ERSE para esclarecer a denúncia feita pela Deco, segundo a qual as operadoras de gás natural continuam a cobrar a taxa de ocupação de solo a clientes.
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Economia Faturas
A audição do responsável pela ERSE- Entidade Reguladora dos Serviços Energéticas, Vitor Santos, -, a pedido do PSD, foi hoje aprovada por unanimidade na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.
O pedido do PSD foi anunciado a 31 de março, na sequência de uma acusação da associação de defesa dos consumidores Deco, segundo a qual a EDP Comercial, a Galp, Goldenergy e Lisboagás cobraram desde janeiro pelo menos 10 milhões de euros aos clientes de gás natural pela taxa de ocupação do subsolo, que passou a ser um encargo das empresas.
Em declarações à Lusa, o economista da Deco Tito Rodrigues explicou que o Orçamento do Estado de 2017 (OE2017), que entrou em vigor em 01 de janeiro, define que o imposto volta a ser pago pelas empresas operadoras, depois de quase uma década a ser pago por consumidores domésticos.
A EDP Comercial, a Galp Energia, Goldenergy e Lisboagás, que têm mais de 80% da quota de mercado nacional de gás natural, continuaram a cobrar a taxa de ocupação do subsolo (TOS) aos seus clientes nas faturas de 2017, segundo a Deco, que informou a ERSE sobre esta situação, considerando que "é urgente que o regulador venha de forma muito energética regularizar e garantir que os consumidores são ressarcidos".
Entretanto, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, garantiu que "a lei do Orçamento do Estado é para ser cumprida e o Governo vai assegurar [que isso aconteça] dessa forma".
Em resposta à Lusa, a Associação Portuguesa de Empresas de Gás Natural (AGN) garantiu que as empresas estão a cumprir o calendário previsto na alteração legislativa relativa à taxa de ocupação do subsolo (TOS).
A AGN remete para o artigo 70 do decreto-lei de execução orçamental (DL n.º 25/2017, de 3 de março), realçando que o diploma "estabeleceu uma calendarização para os procedimentos, que as empresas estão a cumprir, procedendo de acordo com a lei em vigor".
No ponto 5 do referido decreto-lei, lê-se que o Governo procederá à alteração do quadro legal em vigor, nomeadamente em matéria de repercussão das taxas na fatura dos consumidores, após a avaliação pela entidade reguladora das consequências no equilíbrio financeiro das empresas.
Também o presidente da EDP Comercial, Miguel Stilwell, assegurou que a empresa está a cumprir o que está previsto, rejeitando as acusações da Deco.
"Estamos a cumprir com o que está previsto. No decreto-lei de execução orçamental estava prevista uma calendarização que dependia de uma análise feita pelo regulador", afirmou.
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