Offshores: "Há impostos perdidos ou não? A resposta é não!"
Na intervenção inicial feita na Comissão de Inquérito parlamentar, o antigo Secretário de Estado Paulo Núncio rejeitou que a não publicação de dados correspondesse a prejuízos para o Fisco.
© Global Imagens
Economia Paulo Núncio
Paulo Núncio entrou ao ataque na Comissão de Inquérito criada na Assembleia da República para discutir a polémica das offshores que rebentou na semana passada.
Na primeira intervenção, antes sequer das perguntas dos deputados, o antigo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais começou por negar que os valores referidos nos relatórios das Finanças se traduzam necessariamente em evasão fiscal: "Estas transferências envolvem um conjunto de pagamentos de operações comerciais no âmbito do comércio internacional e essas operações não estão, em princípio sujeitas a impostos em Portugal".
Utilizando o exemplo dos pagamentos feitos por empresas portuguesas a empresas chinesas através de Hong Kong, Paulo Núncio explica que "na esmagadora maioria dos casos, estas transferências não corresponderão a rendimentos sujeitos a imposto em Portugal" e responde a uma das perguntas mais feitas nas últimas semanas: "Há impostos perdidos ou não? A resposta é, mais uma vez, não!"
"Em 2012, o anterior governo aprovou uma medida para alargar o prazo de caducidade para investigar, fiscalizar e proceder à liquidação de impostos sempre que estejamos a falar de paraísos fiscais", lembra Núncio e o Fisco tem por isso "até 2024 para proceder às investigações".
O ex-Secretário de Estado lembra ainda que as transferência para paraísos fiscais caíram cerca de 800 milhões de euros ao longo do mandato do governo da coligação PSD/CDS-PP.
"Nas minhas funções de Secretário de Estado contribuí para a redução destas transferências", reclama Paulo Núncio.
Ainda assim, as declarações de Núncio acabaram por adensar a polémica devido a algumas revelações surpreendentes que poderá ler aqui.
[Notícia em atualização]
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