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Greve na Alitalia cancela 60% dos voos
A companhia aérea italiana Alitalia, que deverá suprimir centenas de empregos no quadro de uma reorganização, foi hoje afetada por uma greve que levou ao cancelamento de 60% dos voos.
© Reuters
Economia Itália
Preocupados com as medidas que vão ser adotadas e com a renegociação do contrato de trabalho do pessoal, os sindicatos convocaram uma paralisação entre as 13:00 e as 17:00 de hoje (hora de Lisboa).
A Alitalia está "numa situação crítica", explicou à AFP o secretário-geral do sindicato Filt Cgil, Nino Cortorillo.
"Estamos há meses à espera que os acionistas apresentem um plano estratégico", enquanto "as contas estão a deteriorar-se", acrescentou.
"Os funcionários estão bastante preocupados. Já passaram por duas reestruturações, em 2008 e em 2014", que levaram a uma eliminação de 9.000 postos de trabalho, disse Cortorillo.
Segundo o mesmo sindicalista, "na imprensa fala-se de mil, dois mil ou três mil despedimentos", mas ninguém diz nada aos trabalhadores.
Cortorillo considerou que a administração não quer aplicar o contrato nacional de trabalho, mas decidir de acordo com as suas próprias condições quanto à duração do contrato de trabalho e remunerações, por exemplo.
A Alitalia acumula perdas desde há anos e, apesar de uma entrada no seu capital da Etihad (companhia dos Emirados Árabes Unidos) e dos fundos injetados por esta, não conseguiu recuperar.
Quando tinha como objetivo um regresso ao equilíbrio em 2016 e aos lucros em 2017, os prejuízos ficaram em 460 milhões de euros no ano passado e a companhia deverá registar novas perdas no ano em curso.
O plano de reestruturação da empresa estava prometido para o início de fevereiro, mas só deve ser apresentado na primeira semana de março.
Sem dar detalhes, a Alitalia indicou que estão previstas "mudanças radicais", incluindo com reduções através de salários e da redução de efetivos.
A imprensa aponta para a eliminação de 2.000 empregos num total de 12.000 da companhia e para uma redução de 20% nas remunerações.
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