Falta de equidade para com pequenos acionistas pode valer processos
O presidente da associação de pequenos investidores do BPI admitiu que venha a haver processos judiciais decorrentes da "falta de equidade" no tratamento que estes alegadamente receberam na oferta pública de aquisição (OPA) feita pelo CaixaBank.
© Global Imagens
Economia BPI
Otávio Viana, em declarações feitas à Lusa na segunda-feira à noite, criticou a existência de um "prémio de controlo" dado à Unitel/Santoro e não foi partilhado com os pequenos acionistas, que se sentem assim discriminados negativamente.
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) decidiu na segunda-feira registar a OPA do CaixaBank sobre a totalidade do capital do BPI, oferecendo o banco espanhol 1,134 euros por cada ação do BPI. A operação arranca hoje (17 de janeiro) e decorre até 07 de fevereiro.
"A associação de investidores considera que o preço não é equitativo, na medida em que houve uma transação relacionada com um acionista que prova que houve acionistas, nomeadamente a Santoro, que receberam um prémio pelo controlo do BPI, através do controlo do BFA (Banco de Fomento de Angola), o que torna esta oferta e este preço desigual para os restantes acionistas", argumentou.
Portanto, "a oferta é manifestamente não equitativa", uma vez que este prémio de controlo "não foi partilhado pelos restantes acionistas", insistiu.
Nestas situações, disse, "a CMVM deveria nomear um auditor independente", o que não fez.
Mas Otávio Viana afirmou "aceitar a posição da CMVM", atribuindo-a à "escolha do mal menor", aludindo à possibilidade de o Caixabank não avançar para a concretização da oferta, uma vez que só hoje foi registada, ou de o Banco Central Europeu tomar uma posição "mais agressiva relativamente ao BPI que fosse prejudicial a todos os acionistas".
Porém, apesar de os pequenos investidores do BPI, acrescentou que "quererem acreditar que a decisão da CMVM foi na defesa do mercado de valores mobiliários e de todos os acionistas, escolhendo o mal menor", também entendem que "a CMVM não cumpre a lei como devia, porque não cumpre".
Desta forma, "é possível que venham a existir processos judiciais relativamente à falta de equidade da contrapartida".
Uma última possibilidade para a situação evoluir de acordo com os desejos destes investidores é a do preço da OPA subir: "Não sei dizer se vamos avançar com processos. Estamos à espera para perceber se há subida da oferta. Ainda acreditamos que possa haver uma subida da oferta para evitar essa litigância, mas só dia 07 é que vamos decidir efetivamente".
Seguro de vida: Não está seguro da sua decisão? Transfira o seu seguro de vida e baixe a prestação
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com