Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 12º MÁX 17º

Vendedores em Luanda preocupados com preços que não param de subir

Depois da histórica taxa de inflação de 42% em 2016, vendedores dos principais mercados de Luanda admitem que a subida dos preços dos bens da cesta básica continuará este ano, apesar da quebra de clientes.

Vendedores em Luanda preocupados com preços que não param de subir
Notícias ao Minuto

15:59 - 16/01/17 por Lusa

Economia Inflação

A situação foi constatada hoje pela Lusa numa ronda por estes mercados, como o de São Paulo, onde a vendedora Fineza Miguel vende agora o quilo de açúcar a 200 kwanzas (1,15 euros), acima dos preços de dezembro.

"O feijão também subiu. O saco de 50 quilos que estava a ser comercializado a 30.000 kwanzas, agora estamos a comprar a 36.000 [205 euros] e o quilo estamos a vender a 750 kwanzas [4,25 euros]", contou esta vendedora daquele mercado tradicional de Luanda.

De acordo com a Fineza Miguel, os preços nos armazéns "continuam a subir", pelo que a venda a retalho, no mercado, só "obedece à subida do preço da compra".

"Em dezembro, saco de açúcar comprávamos a 7.600 kwanzas e este mês estamos a comprar 8.500 kwanzas [48 euros]. Subiu o óleo, já estivemos a comprar a 5.500 kwanzas e agora está 6.000 kwanzas [34 euros], ou a massa alimentar, que estava a 2.300 kwanzas e agora está a 2.800 kwanzas [16 euros]", acrescentou a vendedora.

Os preços em Luanda subiram praticamente 42% em 2016, renovando máximos históricos de 13 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola a que a Lusa teve acesso na última semana.

De acordo com o relatório mensal do INE sobre o comportamento da inflação, os preços na capital subiram de novembro para dezembro mais 2,17%, na linha dos meses anteriores, mas abaixo dos quase 4% (mensais) registados em julho.

Desde praticamente setembro de 2014 que a inflação em Angola não para de aumentar, acompanhando o agravamento da crise económica, financeira e cambial decorrente da quebra na cotação internacional do barril de petróleo bruto, o que fez disparar o custo nomeadamente dos alimentos, levando algumas superfícies a racionar vendas.

"Também não sabemos porque é que os preços nos armazéns estão a subir mais, as coisas já estavam mais ou menos, preços já estavam baixos e agora está a aumentar. O quilo de arroz estou a vender a 300 kwanzas [1,70 euros], o quilo da fuba a 250 kwanzas [1,40 euros] e pacote de massa alimentar a 150 kwanzas [85 cêntimos]", explica, por sua vez, Josefa João, comerciante há sete anos em Luanda.

Também Lourenço Gomes, vendedora no São Paulo há três anos, também confirma que os preços estão de novo a subir, mesmo sem explicar porquê. Ainda assim está a tentar "aguentar" o embate da crise.

"Os preços subiram mais nos armazéns, mas eu continuo com o mesmo preço do ano passado", explicou, apontando como o litro de óleo, que vende a 500 kwanzas (2,80 euros), o quilo de trigo, a 200 kwanzas (1,10 euros), ou de feijão, que continua a vender a 1.000 kwanzas (5,65 euros).

"Quanto aos clientes, esse mês está negativo, temos poucos clientes", acrescentou a vendedora.

No relatório do INE, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Luanda apresentava em dezembro uma inflação acumulada, a um ano, de 41,95%, contra os 41,15% de novembro ou os 40,04% de outubro.

O IPC de Luanda registou aumentos entre novembro e dezembro sobretudo nas classes "Bebidas Alcoólicas e Tabaco", com 4,01%, no "Lazer, Recreação e Cultura", com 3,50%, "Bens e Serviços Diversos", com 3,32%, e no "Vestuário e Calçado", com 3,26%.

Luanda é considerada em estudos internacionais como uma das capitais mais caras do mundo.

Já o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) - o INE não divulga dados agregados para um ano para todo o país - registou uma variação de 2,04% (2,29 no mês anterior) entre novembro e dezembro.

O Governo angolano prevê para 2017 uma taxa de inflação de 15,8%.

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório