Atividade industrial na China cresce ao ritmo mais rápido em quatro anos
A atividade industrial chinesa expandiu ao ritmo mais rápido em quase quatro anos em dezembro, no que é entendido como um sinal de saúde da segunda maior economia do mundo, indica um estudo da revista financeira Caixin.
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O Purchasing Managers' Index (PMI) da Caixin, focado nas pequenas empresas, superou expetativas com 51.9 em dezembro, acima dos 50.9 no mês passado.
Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do setor, pelo que abaixo dessa barreira pressupõe uma contração de atividade. O PMI é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda maior economia do mundo.
Este foi o valor mais alto desde janeiro de 2013, informou a revista financeira independente numa declaração conjunta com o agregador de dados IHS Markit.
"A atividade industrial económica continuou a melhorar em dezembro, com a maioria dos sub-índices a parecerem otimistas", disse o analista da Caixin Zhong Zhengsheng em comunicado.
No domingo, o PMI oficial, focado nas fábricas e minas de grande dimensão, atingiu 51.4 em dezembro, abaixo dos 51.7 no mês anterior, que marcou o maior crescimento em dois anos.
A estabilização da economia do país, no entanto, enfrenta riscos face à possibilidade de aplicação de taxas aduaneiras mais elevadas à China com a chegada à Casa Branca de Donald Trump.
O crescimento da economia chinesa vai abrandar para 6,5% em 2017 e a moeda do país vai continuar a desvalorizar-se, face ao dólar norte-americano, previu no mês passado o principal instituto de pesquisa do país.
A previsão surge depois de anunciados, no início de dezembro, vários indicadores positivos para a segunda maior economia mundial.
Contudo, a economia "continua a sofrer uma cada vez maior pressão negativa", afirmou a Academia Chinesa de Ciências Sociais (ACCS).
A ACCS anunciou as previsões durante uma conferência de imprensa, realizada anualmente, três dias após os líderes chineses se terem reunido para debater a economia.
Os líderes prometeram resolver problemas urgentes, sobretudo nos grupos estatais vistos como improdutivos e no setor imobiliário, afetado por uma 'bolha' especulativa.
No último ano, o ACCS previu que a economia cresceria 6,7% em 2016.
A previsão tem-se confirmado, com o crescimento económico a fixar-se em 6,7%, o mais baixo desde o pico da crise financeira, ao longo de três trimestres consecutivos.
Para o próximo ano, o ACCS prevê o ritmo mais lento da meta de crescimento definida por Pequim para o período entre 2015 e 2020 - entre 6,5 e 7%.
Seria também o ritmo mais lento desde 1990, quando a economia do país cresceu 3,9%.
Pequim está a encetar uma transição no modelo de crescimento do país, visando maior ênfase no consumo doméstico, em detrimento das exportações e investimento, que asseguraram três décadas de trepidante, mas "insustentável", crescimento económico.
O aumento do consumo interno deve abrandar de 10 para 9,5%, em 2017, refere o ACCS.
O país enfrenta ainda vários desafios, como excesso de capacidade de produção em empresas estatais obsoletas e fuga de capital.
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