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Portugal paga mais para vender dívida a cinco anos

Estado português foi obrigado a vender Obrigações do Tesouro de médio prazo ao preço mais alto do ano. Subida dos juros no mercado secundário acabou por se confirmar no mercado primário.

Portugal paga mais para vender dívida a cinco anos
Notícias ao Minuto

10:51 - 23/11/16 por Bruno Mourão

Economia Emissão

Os custos de financiamento portugueses subiram de forma significativa esta manhã. A última emissão de Obrigações do Tesouro deste ano acabou com juros médios bastante mais altos a cinco anos do que na emissão de outubro, seguindo os sinais preocupantes que tinham sido dados nos últimos dias de trocas entre investidores.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vendeu 700 milhões de euros em Obrigações do Tesouro a cinco anos com juros médios de 2,112%, um custo significativamente superior aos 1,751% conseguido na última emissão de dívida com o mesmo prazo de maturidade.

"Assim que vi a taxa tive um sobressalto. É uma subida considerável de mais de 25 pontos base (mais de 0,25%) no espaço de um mês", revela o diretor de negociação do Banco Carregosa, João Queiroz, antes de levantar mais o véu sobre os motivos: "A explicação é o aumento da perceção  dos investidores sobre o risco da dívida portuguesa. Apesar de não termos aumentado o risco face a Espanha ou Itália, a distância que nos separa das taxas alemãs está nos valores mais elevados do último mês (o spread face à Alemanha está nos 255 pontos). Aliás, a dívida alemã a 2 anos está com uma taxa negativa de 0,75%!".

José Lagarto, gestor de activos da Orey Financial, prefere uma interpretação diferente, garantindo que a emissão não foi catastrófica apesar dos custos de financiamento mais elevados: "Numa altura em que a tendência das taxas de juro a nível global é de subida, a colocação perto do máximo proposto a nível ligeiramente superior à anterior colocação, poderá ser encarada como bem sucedida"

Apesar de uma procura quase duas vezes superior à oferta, os investidores não mostraram disposição para emprestar dinheiro a Portugal a juros particularmente baixos.

"É notório que os investidores estão a exigir um prémio maior para comprar dívida portuguesa e foi isso que fez subir a taxa de hoje. Também talvez tenha sido por isso que o Tesouro decidiu não emitir o montante máximo previsto", explica João Queiroz.

Ainda assim, os custos da dívida mantêm-se claramente abaixo dos juros pedidos por exemplo no plano de resgate externo (média a rondar os 3% entre FMI, BCE e Comissão Europeia).

[Notícia atualizada às 12h36]

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