"Os dados do INE [Instituto Nacional de Estatística] vêm confirmar a retoma económica que já foi demonstrada por outros indicadores", afirmou Guilherme W. d'Oliveira Martins em declarações à agência Lusa, considerando ainda que "vêm demonstrar o clima de total confiança para o qual o Governo tem vindo a trabalhar desde a primeira hora".
O INE divulgou hoje que o índice de novas encomendas na construção manteve no terceiro trimestre um aumento homólogo, mas menos intenso do que no trimestre anterior, tendo progredido 16,1% contra os 22,3% de abril a junho.
Segundo o instituto estatístico, este abrandamento foi determinado pelo índice do segmento de obras de engenharia, que passou de uma variação homóloga de 14,6% para 5,4%, já que o índice relativo ao segmento de construção de edifícios progrediu 31,4% (29,4% no trimestre anterior).
Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado das Infraestruturas referiu que os últimos dados do Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção (IMPIC) "seguem exatamente o mesmo sentido" dos do INE: "No primeiro trimestre em empreitadas de obras públicas tivemos um total de 196 milhões de euros, no segundo trimestre 279 milhões de euros e no terceiro trimestre 364 milhões de euros", afirmou, citando dados constantes do Portal Base.
Salientando que "estes dados representam o resultado do esforço que tem sido feito em 2016 para fazer chegar os fundos europeus à economia, especialmente às empresas e às autarquias", Guilherme W. d'Oliveira Martins destacou que, "até o final de outubro, o Portugal 2020 já pagou cerca de 1,9 mil milhões de euros no setor da construção, um valor superior ao mesmo período do ciclo anterior [QREN]".
"No caso concreto das autarquias -- notou - com reflexo direto no volume de obras em curso: Temos neste momento concursos abertos que representam cerca de 2,2 mil milhões de euros em investimento e as autarquias estão a responder e já apresentaram projetos para 1,2 mil milhões de euros de investimento", sustentou.
Em causa estão, esclareceu, obras relativas a escolas, equipamentos de saúde e reabilitação urbana.
Questionado sobre os ainda elevados níveis de desemprego que afetam o setor da construção, o governante afirmou-se confiante de que, "com o tempo", serão visíveis "novos resultados" na sequência da aposta que tem vindo a ser feita com vista à dinamização da atividade: "Neste momento o fundamental é a confirmação da retoma económica que tem sido demonstrada por este indicador e que, ao longo do tempo, será demonstrada por outros", considerou.