A decisão foi tomada na passada sexta-feira e hoje publicada na página de internet da AdC: "Em 7 de outubro de 2016, o Conselho de Administração da Autoridade da Concorrência (...) delibera adotar uma decisão de não oposição à presente operação de concentração (...) uma vez que a mesma não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva no território nacional ou numa parte substancial deste".

A operação de concentração em causa consiste na aquisição das participações detidas pelo Grupo Ascendi no conjunto de sociedades "Ativos Ascendi", pela Lusovia Investment, uma sociedade controlada pelo Grupo Ardian.

"Mediante a presente operação, o Grupo Ardian adquirirá o controlo exclusivo da Ascendi PT e da Ascendi PT II, incluindo as entidades que no âmbito da presente operação serão controladas por esta última empresa: a Ascendi Pinhal Interior, a Ascendi Operadora PI, a Ascendi Douro Interior, a Ascendi Operadora DI, a Sago, a Via Verde Portugal e a Auvisa", lê-se no mesmo comunicado.

A Ardian compra, assim, as concessionárias das antigas Scut Beiras Litoral e Alta, Costa da Prata, Grande Porto, as subconcessões Pinhal Interior e Douro Interior e as concessões Norte e Grande Lisboa, assim como a Autovia de los Viñedos em Espanha.

A rede Ascendi é a segunda maior rede de autoestradas em Portugal, a seguir à da Brisa, somando mais de 850 quilómetros em sete estradas portajadas.

Na página de internet do grupo Ascendi, um comunicado publicado há mais de um ano, em junho de 2015, informava sobre um acordo com a Ardian para o estabelecimento de "uma parceria para o desenvolvimento de parte da rede de autoestradas" geridas pela Ascendi em Portugal.

"Para tal será constituída uma empresa que passará a deter as participações detidas atualmente pela Ascendi (entre 66% e 80%) nas seguintes concessões: Auto-Estradas da Grande Lisboa, Auto-Estradas do Grande Porto, Auto-Estradas do Norte, Auto-Estradas da Costa de Prata, Auto-Estradas das Beiras Litoral e Alta. A Ardian investirá 300 milhões de euros na parceria, cuja concretização depende da obtenção das diversas autorizações por parte dos concedentes e financiadores", afirmava a empresa naquele comunicado.

Segundo a página do grupo, a experiência da Ascendi Group na gestão de infraestruturas de transportes remonta a 1994, quando o seu acionista Mota-Engil integrou o consórcio adjudicatário da Concessão das Travessias do Tejo, em Lisboa -- a Lusoponte.

A partir de 1999, o Grupo Mota-Engil e o Novo Banco (que herdou do BES a participação de 40% da Ascendi) participaram no desenvolvimento do setor das infraestruturas.