Chipre consegue luz verde para proteger pequenos depósitos
A zona euro decidiu esta segunda-feira proteger os pequenos depositantes cipriotas com a liquidação do banco Laiki e restruturação do Banco de Chipre, mas vai impor cortes aos grandes depósitos, os quais estão ainda por definir, disse Dijsselbloem.
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Economia Eurogrupo
“O corte para o Banco do Chipre terá de ser fixado nas próximas semanas pelas autoridades cipriotas e pela troika”, formada pela Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), precisou o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, em conferência de imprensa.
Jeroen Dijsselbloem destacou que esta intensa e complexa negociação culminou com uma “melhor solução do que na semana passada", quando foi dada luz verde para um imposto sobre os depósitos bancários, algo que qualificou de "infeliz".
O acordo alcançado na madrugada de hoje “põe fim às incertezas que afetam Chipre e a zona euro”, assegurou Jeroen Dijsselbloem.
O Presidente cipriota Nicos Anastasiades afirmou estar “satisfeito” com o resultado das negociações no final das quase 12 horas de negociação em Bruxelas.
O vice-presidente da Comissão Europeia (CE) e director de Assuntos Económicos, Olli Rehn, disse que o acordo foi "absolutamente essencial", pois irá permitir reconstruir a economia cipriota, e disse que Bruxelas vai fazer "tudo para atenuar as consequências sociais do programa e proteger mais vulneráveis” a este “choque económico "que o país vai sofrer com o resgate.
"É um bom acordo e é conclusivo", disse o ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, salientando que "é bom para Chipre e bom para o conjunto da união monetária”.
Segundo aquele responsável, o banco Laiki (o segundo maior do país) será liquidado "imediatamente" com a "plena contribuição de accionistas, titulares de títulos (júnior e sénior) e depositantes não segurados" acima de 100.000 euros, mediante a lei de resolução bancária aprovada pelo Parlamento cipriota na sexta-feira.
Esta medida gerará 4.200 milhões de euros, segundo Dijsselbloem, que também precisou que o Laiki será dividido num “banco bom” e num “banco mau”, o qual será liquidado no futuro.
O “banco bom” será incorporado no Banco de Chipre e assumirá os 9.000 milhões de euros detidos pelo Laiki através da Assistência de Liquidez de Emergência"(ELA na sigla inglesa) do BCE.
Os depósitos não garantidos “permanecerão congelados até à recapitalização” e serão posteriormente submetidos a um corte.
O BCE fornecerá a liquidez ao Banco do Chipre “em linha com as normas aplicáveis” e a maior entidade do país mediterrânico será reduzida e recapitalizada através da conversão de depósitos ou acções de depósitos não segurados, com a plena contribuição de accionistas e detentores de títulos.
O director do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM), Klaus Regling, por sua vez, explicou que, após aprovado formalmente o memorando de entendimento, em meados de Abril, Chipre poderá ter a primeira tranche financeira no início de maio.
A notícia do acordo para o regaste financeiro de Chipre animou as bolsas de Tóquio e de Hong Kong, que abriram em alta na manhã de hoje.
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