Venda do Novo Banco? "Vai haver custos para os contribuintes”
Quem o diz é o antigo ministro das Finanças, Bagão Félix.
© DR
Economia Bagão Félix
Bagão Félix debruçou-se, esta quarta-feira, no seu habitual comentário semanal na SIC Notícias, sobre a venda do Novo Banco.
O antigo ministro afirmou que “vai haver custos para os contribuintes se o valor da alienação, como tudo leva a crer, for inferior aos quatro mil milhões de euros”.
“O que acontece é que há vários custos diretos ou indiretos”, afirmou, explicando o porquê.
Em primeiro lugar, referiu, cerca de “30% do Fundo de Resolução é quota da Caixa Geral de Depósitos que é 100% do Estado, logo tem repercussão em termos dos seus resultados”.
Se os resultados forem prejudicados pela venda do Novo Banco então “levará o Estado a aumentar mais tarde o capital da CGD”.
Em segundo lugar, existe também o risco para os outros bancos. Como o Fundo de Resolução é composto pela banca nacional, os “bancos terão de suportar [os riscos] se a venda do Novo Banco ficar abaixo dos quatro mil milhões”.
Como terceiro ponto, Bagão Félix refere o imposto sobre o sistema bancário que “pode ser usado para situações destas, mas se é usado para isto, não pode ser usado para outras situações”. E o que acontece? O economista explica que depois terá de “se ir buscar outra coleta para compensar esta”.
Por fim, o antigo ministro das Finanças relembra que o Estado “emprestou 3,9 mil milhões de euros [ao Fundo de Resolução] e se o valor [de venda] que vier a receber for inferior, fica credor, mas como o Estado não tem dinheiro vai endividar-se”.
No entanto, e apesar deste apontamento, Bagão Félix diz que a resolução “é a melhor solução de todas”.
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