Economia do mar representa 3% do PIB português
Especialistas da economia do mar afirmaram hoje que este setor tem sido desvalorizado, sendo que os números atualmente apontam para que represente cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
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Economia Especialista
Na 1.ª Conferência Economia do Mar, que hoje se realizou em Cascais, foi debatido "quanto vale o nosso mar" e, apesar de especialistas admitirem que "os números são confusos", concluíram que o seu valor rondará os cerca de 3% do PIB, cerca de quatro mil milhões de euros.
Para João Fonseca Ribeiro, da Direção-Geral da Política do Mar, o atlântico é "um oceano de desenvolvimento e de energia" e Portugal deve ter uma "estratégia consistente em investigação, desenvolvimento e inovação na área do mar".
"Para a Europa, Portugal e o sul de Inglaterra são as alavancas necessárias. Temos de saber como inovar as atividades tradicionais, como as integrar, como as intensificar", acrescentou.
"É necessário evitar cair na armadilha do endividamento externo e apostar nos setores da economia portuguesa para que a nossa balança tenha um equilíbrio", afirmou, por sua vez, João Cadete de Matos, do Banco de Portugal.
O responsável sublinhou que a proposta de extensão da plataforma continental para os quatro milhões de quilómetros quadrados é "muito importante".
Sobre a resposta à questão do debate, quanto vale o mar, João Cadete de Matos reconheceu que "não é fácil".
"Vale muito mais do que somos capazes de medir e do que pensamos que vale. Esse é o desafio. Portugal não pode estar de costas voltadas para o mar, como tem estado muitas vezes, desperdiçando a riqueza que tem aqui tão perto", disse.
Carlos Coimbra, do Instituto Nacional de Estatística (INE), falou sobre a Conta Satélite do Mar, um projeto que pretende medir a relevância da economia do mar, apoiar a decisão de políticas públicas e monitorizar a estratégia nacional para o mar até 2020.
De acordo com o responsável, aquele instrumento permitirá ainda a Portugal dispor de informação credível e adequada no contexto da Política Marítima Integrada e de outros processos em que é determinante informação sobre a economia do mar.
"Ainda está a ser definido, mas têm sido feitos contactos para procurar ter informação que satisfaça todos os pontos de vista e, neste momento, temos já identificadas 60 mil unidades, entre empresas e outras entidades, que serão o universo de informação da conta satélite", referiu.
A 1.ª Conferência Economia do Mar decorre ao longo do dia de hoje, na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, subordinada ao tema "Para que queremos tanto o Mar".
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