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Adiamento de votação é "derrota para o BPI", diz Santoro

A Santoro, da angolana Isabel dos Santos, considerou hoje "uma derrota para o próprio BPI" o adiamento da votação da desblindagem dos estatutos do banco, reiterando a sua oposição ao fim do limite aos direitos de voto na instituição.

Adiamento de votação é "derrota para o BPI", diz Santoro
Notícias ao Minuto

16:30 - 29/04/15 por Lusa

Economia OPA

"Esta decisão é uma derrota para o próprio BPI, infelizmente", afirmou o presidente do conselho de administração da Santoro Finance, Mário Silva, em declarações aos jornalistas no final da assembleia-geral do banco português, que hoje decorreu no Porto.

Na reunião, os acionistas do BPI decidiram suspender para 17 de junho a votação da alteração dos estatutos do banco, para deliberar sobre o fim do limite de votos, de forma que esta aconteça quando já estiver registada a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank.

Na assembleia-geral de hoje, com 80,52% do capital do banco presente, foi deliberado por 54,7% dos votos suspender até 17 de junho a votação do ponto sete da ordem de trabalhos, que previa a votação do fim da blindagem dos direitos de voto a 20%.

Em causa está uma alteração estatutária decisiva para o sucesso da OPA - lançada em fevereiro pelo CaixaBank sobre a totalidade do capital do BPI, a 1,329 euros por ação - alteração essa que a Santoro, de Isabel dos Santos, pretendia votar e inviabilizar já na assembleia-geral de hoje.

Isto porque a empresária angolana já deixou clara a sua oposição à oferta dos catalães, tendo avançado como proposta alternativa uma fusão entre o BPI e o BCP para criação da maior entidade bancária portuguesa.

Segundo sustentou hoje Mário Silva, "manter a oferta nos termos em que ela está anunciada é manter a gestão do BPI limitada nos seus poderes de gestão" sendo que, "com os desafios que o setor tem pela frente, não é do interesse da instituição protelar em muito esta situação".

Assegurando que a Santoro aguardará "pacientemente" pela votação de 17 de junho, o representante de Isabel dos Santos reiterou a oposição angolana à desblindagem dos estatutos "nos termos atuais" da OPA.

"A OPA tem vários condicionalismos. O preço é um deles, mas há outros, como por exemplo a desblindagem dos estatutos", disse, acrescentando: "Há dois meses disse que, nos termos atuais, o Caixabank não iria ter sucesso. Ou retirava [a oferta] ou revia as condições. Mantemos totalmente esta posição, não a alteramos em nada".

Para o empresário, o facto de a proposta de adiamento da votação da desblindagem ter partido do próprio presidente do BPI, Artur Santos Silva, é "sintomático".

"[Santos Silva] defende uma determinada visão de estabilidade para a instituição e nós defendemos também uma situação de estabilidade, [mas] entendemos que não é no melhor interesse do BPI que a OPA se prolongue artificialmente no mercado", disse.

Convicto que, mantendo-se as atuais condições, a operação será chumbada pelos acionistas, Mário Silva considerou que "a OPA é algo do passado".

"Continuamos a acreditar que o futuro da instituição passa por participar em movimentos de consolidação no setor financeiro português. Nós preferimos a consolidação no mercado português a uma integração do BPI numa estrutura ibérica", sustentou.

Questionado pela agência Lusa sobre se, tal como hoje foi assumido pela administração do BPI, encara a oferta do banco catalão como "pacífica", o presidente da Santoro disse acreditar que todos querem "o melhor para a instituição", mas reconheceu que têm "visões diferentes para o futuro da mesma".

O Caixa Bank lançou a 17 de fevereiro uma OPA sobre a totalidade do capital do BPI a 1,329 euros por ação, um preço considerado baixo pela administração do banco português.

Duas semanas depois, a angolana Isabel dos Santos avançou uma proposta alternativa de fusão entre o BPI e o BCP, que permitiria criar a maior entidade bancária portuguesa.

Segundo salientou recentemente o presidente da Santoro, Mário Silva, a fusão com o BCP "visa criar uma alternativa viável" à OPA, tratando-se de uma solução geradora de valor para os acionistas dos dois bancos ao permitir criar "o maior banco português, com posições de referência em três mercados de extremo potencial - Angola, Moçambique e Polónia".

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