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Espírito Santo ainda por Angola mesmo após colapso

Praticamente seis meses depois do fim do Banco Espírito Santo Angola (BESA) o nome da histórica família banqueira portuguesa mantém-se presente por todo o país, na porta de cada balcão, mesmo que seja por pouco tempo, como avisa a nova administração.

Espírito Santo ainda por Angola mesmo após colapso
Notícias ao Minuto

07:05 - 11/04/15 por Lusa

Economia BESA

Intervencionado a 04 agosto pelo Banco Nacional de Angola, depois do colapso do BES português e devido ao volume de crédito malparado, o BESA foi transformado, por decisão dos novos acionistas, em ?Banco Económico SA'.

Corria então o dia 29 de outubro, mas praticamente seis meses passados a realidade, à vista, é a mesma.

É que toda a marca corporativa permanece inalterada, com balcões e agências, de todas as dimensões, a ostentarem o nome "Banco Espírito Santo Angola", o mesmo acontecendo na internet e na publicidade de rua.

Do outro lado estão as dúvidas dos clientes, mas não só, como a Lusa constatou pelas ruas de Luanda.

"Com certeza que acho estranho. Se mudaram de nome, deviam ter alterado o ?placard' de Espírito Santo", observa Carlos Azevedo, à porta de uma dependência do banco, no bairro da Maianga, em pleno centro da capital angolana.

Enquanto isso, Maria José Gama diz conhecer o banco, "o do Espírito Santo". Mas reage com surpresa à mudança de nome, que continua por concretizar: "Devia ter mudado, sim. É estranho".

Questionada pela Lusa, fonte oficial da administração do Banco Económico SA - que passou a integrar a Sonangol (35% do capital social) e de onde saiu o BES português -, assume que a instituição está na "fase final de preparação da sua imagem corporativa", a qual "será apresentada muito brevemente".

"A identidade corporativa do Banco Económico irá criar uma oportunidade para o banco implementar o seu posicionamento no mercado, estruturar a sua oferta, os seus valores e a sua estratégia de marketing, com um racional de diferenciação muito sólido", afirma ainda a administração.

Alheio a estas garantias, João Bocusso, outro cliente, afirma, convicto, estar por dentro do ?caso' BESA e da mudança de nome. "Sim, mudou para Novo Banco [instituição que herdou os ativos, mas do antigo BES português]", atira, numa resposta que elucida as dúvidas em torno do assunto em Angola.

"É um bocado [estranho, a ausência de mudança]. Talvez seja atraso da própria burocracia dos bancos ou da emissão dos letreiros", tenta ainda justificar.

Num outro ponto da cidade de Luanda, junto a mais uma dependência com o nome do antigo BESA, Maria Xavier diz conhecer a mudança, apesar de alguma estranheza atual: "Realmente ainda não vi o Banco Espírito Santo escrito com outro logótipo, continua o mesmo. É estranho", conta.

A administração do Banco Económico SA (cuja sigla resulta igualmente em BESA) garante que a nova imagem "será moderna, forte e diferenciadora", embora sem adiantar prazos concretos para a sua implementação.

"E irá refletir uma abordagem dinâmica ao mercado, com uma sólida aposta no desenvolvimento de soluções bancárias inovadoras, para acompanhar a evolução económica do país, das empresas e do segmento de clientes particulares", garante ainda o ?novo' BESA.

A estrutura acionista anterior era composta pelo BES português, com 55,71%, e pela Portmill, com 24%, participações que foram diluídas, face ao aumento de capital concretizado - por determinação do banco central angolano - a 29 de outubro, o que ditou as mudanças na designação do banco.

Contudo, o BES considerou na altura que as decisões tomadas nesta assembleia-geral são "inválidas e ineficazes", alegando que a sua representante foi impedida de participar na reunião, sob o pretexto de se ter atrasado e afirmando que irá "agir em conformidade".

O português Novo Banco ficou com uma participação de 9,9% no capital social do Banco Económico SA, por conversão de 53,2 milhões de euros do anterior empréstimo do BES português, de 3.300 milhões de euros.

À nova posição da petrolífera angolana Sonangol somam-se os quase 20% da sociedade Geni, que se mantém como acionista, enquanto os chineses da Lektron Capital também entraram no capital social, com uma quota de 35%.

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