Lesados recusam oferta "impensável" do Novo Banco
A proposta que o banco nascido da cisão do BES encontrou para os clientes lesados não é encarada pelos mesmos como plausível. As perdas podem chegar aos 70% e exige-se que mais dinheiro seja investido.
© José Carmo / Global Imagens
Economia Papel comercial
O Banco de Portugal e o Novo Banco estão a ultimar uma proposta para apresentar aos clientes lesados do Grupo Espírito Santo (GES) que correr o risco de não ser aceite.
Em declarações ao Jornal de Negócios, o porta-voz da Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial classificou a proposta como “impensável”, já que implica perdas na ordem dos 60% a 70%, além de exigir novos investimentos por parte dos clientes que tantos protestos têm organizado de Norte a Sul do país.
“No dia em que a proposta for apresentada, vamos convidar todos os associados, juntamente com todos os 1.500 detentores de papel comercial, a tirar todo o qualquer euro, até ao último cêntimo, do Novo Banco”, ripostou Ricardo Ângelo.
A intenção do banco liderado por Stock da Cunha passa por garantir a recuperação, no curto prazo, de 15% do valor aplicado pelos investidores em papel comercial, a mesma percentagem que poderão esperar os clientes no Luxemburgo. Dependendo da empresa do GES em que investiram, podem reaver até 30% ou 40%, pelo que as perdas chegam aos 60% a 70%.
Mas para que tal aconteça, os clientes têm ainda de investir mais 20% do capital inicial em instrumentos de capital contingente – ‘CoCos’ – a emitir pelo Novo Banco. A ideia é permitir que estas obrigações seniores, com um prazo de 10 anos e uma taxa de juro nominal de 5%, permita recuperar uma maior percentagem do dinheiro.
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