Acordo UE/EUA: Vinícolas europeias desapontadas, mas mantêm esperança

As empresas vinícolas consideram "urgente" eliminar essa tarifa e "proteger um setor que gera prosperidade, sustentabilidade e conectividade".

vinho branco titnto, copos

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Lusa
22/08/2025 14:07 ‧ há 2 horas por Lusa

Economia

Tarifas

O Comité Europeu das Empresas Vinícolas (CEEV) manifestou hoje "profunda deceção" com acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos, que exclui o vinho dos setores isentos da nova tarifa máxima geral de 15%.

 

"Esta omissão é especialmente preocupante, dado o estatuto do vinho como produto de exportação estrela europeu e a sua importante contribuição para a criação de valor em toda a cadeia de abastecimento americana", sustenta o CEEV em comunicado.

As empresas vinícolas consideram "urgente" eliminar essa tarifa e "proteger um setor que gera prosperidade, sustentabilidade e conectividade".

O CEEV lembra que os Estados Unidos são o principal mercado de destino dos vinhos europeus e que, só em 2024, as exportações desse produto ascenderam a mais de 4.880 milhões de euros.

"A tarifa norte-americana de 15%, em vigor desde o início do mês, está a prejudicar o setor e continuará a reduzir o nosso volume de negócios, suspendendo os investimentos e diminuindo os volumes de exportação", afirma.

Segundo alerta, os volumes de exportação poderão diminuir até 10% de forma imediata, com danos a longo prazo na quota de mercado e nas relações comerciais.

A situação, asseguram as empresas europeias do setor, também prejudicará os Estados Unidos, uma vez que, por cada dólar gerado pelas exportações de vinho europeu para os EUA, os setores de distribuição e hotelaria americanos obtêm 4,50 dólares.

Neste contexto, o CEEV insiste que o vinho deve ser incluído nas próximas conversações entre as autoridades americanas e da UE.

"Continuamos confiantes de que os nossos produtos beneficiarão de um regime especial, com aplicação exclusiva de tarifas NMF (nação mais favorecida)", refere.

Embora o vinho e as bebidas espirituosas europeias fiquem sujeitos a uma tarifa máxima de 15% por parte dos Estados Unidos, ao abrigo do acordo alcançado entre Bruxelas e Washington, a Comissão Europeia afirmou na quinta-feira que procurará reduzir a tarifa aplicada a esta categoria de produtos em futuras conversações com os EUA.

"Este era um dos interesses ofensivos mais importantes da União Europeia. Infelizmente, não conseguimos incluir este setor entre aqueles que continuariam no nível de nação mais favorecida. Gostaria de acrescentar uma palavra importante, que é que não conseguimos 'ainda'", disse o comissário europeu para o Comércio.

Segundo Maros Sefcovic, as equipas negociadoras das duas partes comprometeram-se a continuar a explorar em que setores as tarifas poderiam ser reduzidas no futuro.

Leia Também: "Profundamente desapontada", ViniPortugal pede que se reverta taxa de 15%

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