Em declarações à imprensa, Cuerpo afirmou que o prazo para decidir é "muito limitado" mas que é positivo que assim seja para dar segurança ao processo. Pouco antes, o presidente da associação patronal Confederación Española de Organizaciones Empresariales, Antonio Garamendi, tinha pedido uma decisão rápida pois a operação já dura há mais de um ano.
O ministro da Economia insistiu que existem razões de interesse público para levar a OPA ao Conselho de Ministros, um pedido que foi feito por cinco ministérios (Trabalho, Segurança Social, Transição Ecológica, Indústria e Turismo e Direitos Sociais).
O governante disse que o objetivo do seu ministério é poder analisar mais a fundo o potencial impacto da transação em elementos "tão importantes e vitais" como a proteção do emprego, a inclusão financeira e a coesão territorial.
De Bruxelas, segundo fontes comunitárias citadas esta semana na imprensa espanhola, a Comissão Europeia não vê motivos para o Governo espanhol bloquear ou rejeitar a OPA do BBVA sobre o Sabadell.
Em resposta, Cuerpo afirmou hoje que não prevê qualquer conflito com Bruxelas e que o Conselho de Ministros será o único a tomar "a decisão que considerar adequada, sempre em conformidade com as normas nacionais", uma vez que as coisas estão a ser feitas "com todo o rigor" e como é exigido numa operação que exige "especial cautela".
Do lado dos sindicatos, o secretário-geral da UGT, Pepe Álvarez, pediu hoje ao Governo que tenha em conta as preocupações com os empregos e que "não permita a fusão" entre os dois bancos.
A fusão entre os bancos BBVA e Sabadell daria origem a um gigante que seria o segundo maior banco de Espanha em ativos.
Se a OPA tiver sucesso, a fusão dos dois bancos criaria uma entidade com perto de um bilião de euros em ativos, 135.462 trabalhadores em todo o mundo (dos quais 19.213 do Sabadell) e uma rede de mais de 7.000 agências. Seria dos principais bancos europeus e ultrapassaria o CaixaBank (dono do português BPI) em ativos, posicionando-se como o segundo maior banco de Espanha em ativos.
A eventual absorção do Sabadell pelo BBVA diluiria ainda mais o peso bancário da Catalunha. Na região da Catalunha, a fusão destes bancos deixaria 85% das agências nas mãos de três grandes bancos (Caixabank, BBVA/Sabadell e Santander).
Esta operação tem acendido o debate económico e político em Espanha.
O Grupo BBVA lucrou mais de 10 mil milhões de euros em 2024, mais 25,4% do que no ano anterior. O banco tem forte presença na América Latina.
Já o Grupo Banco Sabadell teve um lucro recorde de 1.827 milhões de euros em 2024, um aumento de 37,1% face a 2023.
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