De acordo com as previsões macroeconómicas da primavera, hoje divulgadas, o Produto Interno Bruto da Alemanha deverá estagnar em 2025 -- quando no exercício anterior (de 15 novembro de 2024) estimava uma subida de 0,7% -, retomando o crescimento em 2026, a um ritmo de 1,1% em vez dos 1,3% anteriormente indicado pelo executivo comunitário.
Após ter-se contraído durante dois anos consecutivos (-0,3% em 2023 e -0,2% em 2024), a atividade económica alemã deverá estagnar globalmente este ano e retomar o crescimento em 2026.
Bruxelas antecipa que as tensões comerciais devido às tarifas alfandegárias no comércio entre o bloco europeu e os Estados Unidos deverão afetar significativamente as exportações alemãs, embora se preveja que o consumo registe uma ligeira expansão em 2025, impulsionado pelo aumento do poder de compra e por taxas de juro mais baixas.
O investimento deverá estagnar este ano, inibido por condições de financiamento mais restritivas e por um sentimento económico mais fraco -- ambos relacionados com a elevada incerteza.
Em 2026, prevê-se um regresso ao crescimento económico, para 1,1%, com o reforço da procura interna, impulsionado pelo consumo e uma recuperação gradual do investimento.
O défice público deverá agravar-se para os 2,7% do PIB em 2025 e os 2,9% em 2026, quando o exercício anterior apontava, respetivamente, para défices orçamentais de 2,0% e 1,8%, enquanto o rácio da dívida pública deverá fixar-se nos 63,8% do PIB este ano e nos 64,7% em 2026.
A inflação alemã deverá fixar-se nos 2,4% este ano e 1,9% em 2026, acima do antecipado em novembro de 2024, e a taxa de desemprego nos 3,6% e 3,3%, respetivamente, em linha com as previsões do outono.
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