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Médio Oriente. AIE alerta para riscos no abastecimento de petróleo

A Agência Internacional de Energia (AIE) considera que o risco de que o conflito no Médio Oriente possa provocar problemas de abastecimento de petróleo continua a ser "alto", foi hoje anunciado.

Médio Oriente. AIE alerta para riscos no abastecimento de petróleo
Notícias ao Minuto

12:21 - 18/01/24 por Lusa

Economia Energia

No relatório mensal sobre o mercado petrolífero, hoje publicado, a AIE sublinha que a primeira consequência seria um aumento dos preços na Europa e afetaria os mercados europeus.

À exceção destes incidentes potenciais nos fluxos, o mercado "parece razoavelmente bem abastecido" este ano, e isto porque vários dos países produtores que não pertencem ao cartel OPEP+ vão fornecer uma produção que ultrapassará largamente o aumento da procura, afirma a AIE.

Estes países são os Estados Unidos, o Brasil, a Guiana e o Canadá, que, sozinhos, vão aumentar a produção em 1,3 milhões de barris por dia, dos 1,5 milhões previstos entre todos os produtores.

Em contrapartida, a contribuição da OPEP+, ou seja, dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e dos seus parceiros, nomeadamente a Rússia, manter-se-á estagnada.

Simultaneamente, o crescimento da procura abrandará, passando de 2,3 milhões de barris adicionais por dia em 2023 para 1,2 milhões em 2024, para um consumo recorde de 103,5 milhões de barris por dia.

Este acréscimo de 1,2 milhões de barris por dia representa uma revisão em alta de 180.000 barris por dia em relação às previsões do mês passado, um ajustamento devido ao efeito de estímulo dos baixos preços do petróleo no último trimestre de 2023, bem como uma ligeira melhoria das perspetivas económicas na expectativa de uma redução das taxas de juro.

Em qualquer caso, isto não põe em causa o abrandamento da procura em 2024 em comparação com 2023, que se explica principalmente pelo fim do efeito de recuperação após a crise da covid, que esteve na origem do forte aumento em 2023, mais de três quartos da qual foi causada pela China.

Deve-se também ao abrandamento económico em algumas regiões importantes, especialmente no mundo desenvolvido, bem como às consequências das medidas de eficiência energética e à crescente implantação de veículos elétricos.

O principal motivo de preocupação para a AIE, que reúne os principais países consumidores de energia do mundo desenvolvido, é o impacto da guerra na faixa de Gaza e, em especial, a extensão ao mar Vermelho, com os ataques dos rebeldes Huthi do Iémen que ameaçam o tráfego marítimo no Golfo de Aden e a resposta armada da coligação liderada pelos EUA.

Os peritos da AIE observam que alguns navios porta-contentores e petroleiros estão a evitar a rota do mar Vermelho e do Canal do Suez, através da qual estimam que, até ao final de janeiro, os fluxos de petróleo poderão ser reduzidos em quase dois terços.

É preciso ter em conta que, em 2023, cerca de 10% dos fluxos de petróleo, num sentido ou noutro, passavam pelo Canal do Suez.

O desvio destes navios, especialmente através do Cabo da Boa Esperança e em torno do continente africano, significa acrescentar cerca de duas semanas às suas viagens, o que se traduz em custos de transporte mais elevados e na possível perturbação das cadeias de abastecimento.

A agência salienta que, se esta situação de desvio de rota se prolongar, os preços dos produtos petrolíferos na Europa poderão ser afetados, acrescentando que, além disso, "os mercados mediterrânicos poderão ser fortemente afetados" pelo aumento dos tempos de transporte.

Contudo, a AIE garante que está preparada para "responder de forma decisiva em caso de rutura do aprovisionamento" e de necessidade de colocar mais petróleo no mercado.

A este respeito, a AIE sublinha que os seus membros dispõem de reservas de cerca de 4.000 milhões de barris, dos quais 1.200 milhões estão sob o controlo dos seus Governos em caso de emergência.

Leia Também: Produção eólica em Portugal com novo máximo de produção na terça-feira

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