UGT apela a caminho na UE que se afaste da "má memória" da austeridade
A União Geral de Trabalhadores (UGT) apelou hoje às instituições europeias, em Bruxelas, para colocarem de lado as "políticas de austeridade" das quais os cidadãos têm "má memória", numa semana de "reuniões decisivas para o futuro".
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Economia UGT
"Esta semana há várias reuniões decisivas para o futuro da União Europeia [UE]", disse à Lusa a secretária-geral adjunta da UGT, Catarina Tavares, depois da manifestação organizada pela Confederação Europeia de Sindicatos.
O protesto começou na Place Poelaert, perto do Palácio da Justiça da capital belga e acabou na Place Jean Rey, bem perto dos edifícios da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, centro das decisões políticas, económicas e sociais do bloco comunitário do qual Portugal faz parte.
"Aquilo que nos trouxe aqui, a todos os sindicalistas, de toda a Europa, é uma preocupação: altura em que se está a preparar uma reforma da governança europeia, pedimos que não sejam retomadas algumas políticas de austeridade, das quais temos más memórias", acrescentou a sindicalista.
Catarina Tavares apelou aos líderes europeus para se desviarem desse caminho, para evitar que, "em nome da boa governança, mais uma vez, se sacrifiquem investimentos que são importantes para os cidadãos europeus".
A secretária-geral adjunta da UGT admitiu que, mesmo com a incerteza política a pairar no panorama português, não se perspetiva por si só o regresso da austeridade.
Mas Bruxelas pode ter mão nisso: "O nosso receio advém de um regresso da austeridade, não necessariamente a Portugal, mas das políticas europeias que, naturalmente, poderão voltar a conduzir Portugal para políticas de austeridade".
Esta semana os líderes europeus reúnem-se para o último Conselho Europeu do ano, que se avizinha longo, com a discussão sobre o alargamento da UE incerta pela irredutibilidade húngara em bloquear o início das negociações com a Ucrânia, e a revisão do quadro financeiro plurianual do bloco político-económico.
Este último ponto é o que preocupa os sindicalistas, uma vez que uma revisão mais 'apertada', na sua ótica pode conduzir a políticas de austeridade nacionais.
De acordo com os órgãos de comunicação social belgas, estiveram 5.000 pessoas na manifestação.
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